- Blog do Noblat / Metrópoles
A tendência é que Lula e Bolsonaro avancem
sobre o espaço do centro
Há um mar gigantesco que poderia ser
navegado por um candidato que se oferecesse como alternativa a Lula e a
Bolsonaro na eleição presidencial do ano que vem; é o que mostram as pesquisas
de intenção de voto. O que falta: um candidato carismático capaz de unir meia
dúzia ou mais de partidos que dizem estar à sua procura.
O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, diz que ficou satisfeito com os resultados da reunião que patrocinou, ontem, em Brasília, e que contou com a presença de presidentes e de representantes de vários partidos. Bem, mas Mandetta diria o contrário se a reunião tivesse sido malsucedida?
Política é a arte do encontro e da conversa
entre os que concordam ou divergem entre si. Faltam um ano e quatro meses para
a eleição presidencial. Seria tempo suficiente para o surgimento do tal
candidato. Ocorre que a eleição desde já está polarizada por Lula e Bolsonaro e,
quanto mais passe o tempo, mais polarizada ficará.
Quando a oferta de nomes é grande, é só
esperar que um se destaque para ser escolhido. Mas a oferta é pequena e nada
animadora para o eleitor que rejeita Lula e Bolsonaro. Luciano Huck já era.
Sérgio Moro, idem. Mandetta tem jeito de vice. Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é
invenção de Kassab e do PSD.
Ciro Gomes (PDT) não arreda pé de ser
candidato e, agora, se repagina para tentar encantar os que se sentem órfãos de
um. O PSDB está grávido de candidatos (João Doria, Tasso Jereissati e Eduardo
Leite), mas não dá sinais de que o rebento, seja qual for, conseguirá unir o
partido, quiçá outros.
A prisão de Lula impediu o desfecho lógico da eleição de 2018 no cenário pós-facada – ele contra Bolsonaro. Com um atraso de quatro anos, é o que outra vez se desenha, goste-se ou não. Eleição presidencial nunca foi no Brasil uma caixinha de surpresas. Costuma dar o que estava escrito. Por que seria desta vez?
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