Folha de S. Paulo
Detalhes da fatura ampliam provas de abuso
de poder econômico e motivos para tornar ex-presidente inelegível
Faltava um ano para a eleição quando Jair
Bolsonaro prometeu um auxílio de
R$ 400 por mês para os caminhoneiros. Era outubro de 2021, e o
presidente via o preço dos combustíveis azedar o humor de um grupo importante
de sua base política.
O plano sofreu resistências dentro do
governo e ficou na geladeira. A equipe econômica e o centrão só embarcaram
naquela gastança em julho de 2022, quando o cheiro de derrota nas urnas ficava
mais forte. O desespero era tanto que o voucher foi
turbinado para R$ 1.000.
Bolsonaro usou o caixa do governo como fundo de financiamento de campanha. O rombo que o ex-presidente deixou mostra que a ordem era despejar sem critério a maior quantidade possível de dinheiro com o carimbo do Palácio do Planalto nos meses que antecederam a eleição.
A Controladoria-Geral da União calculou
parte da fatura. Segundo uma
auditoria do órgão, 110 mil caminhoneiros tiveram acesso ao auxílio
sem cumprir os requisitos. O prejuízo foi de R$ 582 milhões.
A CGU também identificou 246 mil taxistas
que receberam vouchers de forma indevida —o que representa 78% do total de
beneficiários do programa. Entre os inscritos, havia gente morta e motoristas
que não podiam dirigir porque estavam com a carteira de habilitação vencida.
Mais R$ 1,4 bilhão acabaram no ralo.
A farra ainda deixou um buraco na Caixa. No
ano eleitoral, o governo Bolsonaro criou duas linhas de crédito no banco para
amortecer a rejeição ao então presidente. Um programa emprestou R$
3 bilhões para pessoas com nome sujo. Segundo o UOL, o calote foi de
80% e terá que ser coberto com dinheiro público.
O passivo eleitoral de Bolsonaro era tão
grande que nem a festança bilionária foi capaz de comprar uma vitória em
outubro. Depois de sonhar com uma virada de mesa, o capitão fugiu para os EUA e
deixou a conta pendurada para o sucessor. Além da derrota, o abuso de poder
econômico tem tudo para entrar na longa lista de motivos para declarar
o ex-presidente inelegível.
2 comentários:
Sinto se vou contrariar alguém por eu ver muita igualdade nas diferenças entre Jair Bolsonaro e Lula.
Gastança por gastança, nessa questão de carro e combustível Bolsonaro compra e vende no varejo para milhares de donos de carro e Lula compra e vende no atacado para algumas empresas que fabricam carros.
Bolsonaro vendeu benefícios para milhares e milhares de caminhoneiros e taxistas para comprar apoio ; já Lula, para não perder apoio está vendendo benefícios para alguns fabricantes de carro.
▪De quanto foi só essa gastança de Bolsonaro com donos de carros, entre tantas outras feitas por ele entre março|2021e agosto|2022?
▪De quanto será a gastança de Lula só com os donos das fábricas de carros, entre tantas outras feitas por ele entre 2007e2016?
E quem paga a conta?
-É Bolsonaro?
-É Lula?
-É o rico?
-É o pobre?
-Ou é todo o Brasil?
Bolsonaro é inigualável.
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