E
o impeachment, hein?
Ou
o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) está convencido de que elegerá Baleia Rossi
(MDB-SP) para sucedê-lo na presidência da Câmara, e por isso elevou o tom de
suas críticas ao governo e a Jair Bolsonaro, ou teme perder a parada, e por
isso decidiu ir para o tudo ou nada. A primeira hipótese é a mais provável.
Maia
diz estar acostumado a viver sob pressão desde que dividiu o útero de sua mãe
com uma irmã gêmea. Ela nasceu primeiro. Ele atrasou-se um pouco. Desde então
parece sempre apressado. De mais a mais, não gosta de levar desaforos para casa
– e costuma respondê-los de bate pronto.
Bolsonaro está jogando pesado para derrotar Maia, elegendo para o seu lugar o deputado Arthur Lira (PP-AL). Não perde uma ocasião de fustigá-lo, nem Maia deixa passar a ocasião de dar o troco. Foi o que voltou a fazer em defesa do ministro da Saúde de quem, por sinal, não gosta nem um pouco.
A
VEJA publicou que Bolsonaro culpa o general Eduardo Pazuello, ministro da
Saúde, pela perda de popularidade e o atraso na compra e no início da vacinação
em massa contra o coronavírus. Maia meteu-se no imbróglio. Em sua conta no
Twitter, o deputado chamou Bolsonaro de covarde.
Em
seguida, entrevistado pelo apresentador José Luiz Datena, da Rede Bandeirantes
de Televisão, Maia reafirmou o que havia postado e justificou-se:
–
Chamei, porque quem nomeia os ministros, quem determina a política é o
presidente. Se o ministro errou, quem errou foi o presidente. O ministro é um
subordinado do presidente. Quando ele quer transferir para o ministro a
responsabilidade, é um sinal de covardia total.
Ao
Painel, coluna da Folha de S. Paulo, foi além:
–
Está na hora de todo mundo colocar de forma clara essa indignação. Não podemos
mais aceitar um ministro que não entende de saúde e um presidente irresponsável
que nega o vírus. Estamos cansados desse negacionismo e dessa
irresponsabilidade. Está na hora de uma reação forte de todos os brasileiros.
Nas redes sociais, Maia não respondeu à pergunta mais insistente que por lá apareceu: estaria disposto a abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro a quem culpa por uma parcela das mais de 200 mil mortes provocadas pelo vírus? Maia tem até o último dia deste mês para fazer isso se quiser.
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