• Produção de bens e serviços da economia nacional também foi negativa no primeiro trimestre de 2014, em 0,2%, de acordo com correção anunciada pelo IBGE
Gustavo Santos Ferreira - O Estado de S. Paulo
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sofreu variação negativa de 0,6% no segundo trimestre de 2014 comparado ao resultado dos três meses imediatamente anteriores - informou nesta sexta-feira, 28, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta versão das Contas Nacionais, também foram revisados os dados do primeiro trimestre deste ano: a alta de 0,2%, anunciada em maio, foi corrigida para recuo de 0,2% ante o último trimestre de 2013.
Fica constatada, assim, a recessão técnica da atividade econômica brasileira. Ela ocorre quando, por duas vezes seguidas, a soma trimestral da produção de riquezas de um país é menor que a obtida anteriormente. Ou seja, embora essa tese não seja unânime, na prática, boa parte de economistas e analistas de mercado consideram agora que o PIB do Brasil entrou em processo de redução.
A última vez que isso aconteceu foi no auge da crise financeira mundial, entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009 - mostra a base de dados do IBGE. As turbulências da economia internacional eram incomparavelmente mais severas que as atuais - ainda que, até hoje, a economia mundial não tenha recuperado totalmente a prosperidade de antes.
Com esse resultado, o atual governo retoma, em seu último ano de mandato, cenário econômico semelhante ao do primeiro semestre de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência. A variação negativa do PIB no primeiro semestre de 2003, por outro lado, viria a ser revertida para uma taxa anual média de crescimento de 4,0%, conquistada entre 2003 e 2010 - bem acima do ritmo de expansão média de 2,3% por ano do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002.
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