• Senadora quer deixar atual partido até maio para concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2016 pela sigla de oposição
• Alckmin deu aval ao movimento político; petistas acham que é pouco provável que ela recue da decisão
Gustavo Uribe, Marina Dias - Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Com a intenção de disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016, a senadora Marta Suplicy avisou ao PSB que se desfiliará do PT até maio.
A informação foi repassada à cúpula estadual do partido pelo empresário Márcio Toledo, namorado da petista e principal articulador de sua candidatura.
O empresário também informou a intenção de Marta a um auxiliar do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que deu aval ao movimento. O PSB é o principal aliado dos tucanos em São Paulo. Seu presidente estadual, Márcio França, é o vice-governador do Estado.
Para se candidatar, a petista precisa estar filiada a um partido até outubro, um ano antes da eleição municipal.
A antecipação da desfiliação visa dar mais tempo à senadora para articular uma candidatura competitiva, com o apoio de siglas como PPS, PV e Solidariedade.
A adesão de Marta ao PSB conta com o apoio da cúpula nacional do partido, mas enfrenta resistências entre lideranças da sigla em São Paulo, que receiam que a petista transfira ao PSB parte da rejeição ao PT no Estado.
Entre petistas, a avaliação majoritária é que é pouco provável que Marta recue da decisão. As investidas do comando do PT não tiveram resposta da senadora, que tem intensificado as críticas ao governo de Dilma Rousseff.
Para petistas, o último sinal negativo ocorreu na última semana, quando Marta convidou Alckmin e secretários estaduais para sua festa de 70 anos e não contatou seus aliados petistas.
Segundo a Folha apurou, no entanto, ela ainda estaria disposta a continuar no PT caso o ex-presidente Lula garantisse à petista a candidatura do partido ao governo de São Paulo em 2018, o que é considerado pouco provável.
O PT em São Paulo tem monitorado o ânimo da militância. Os resultados apontam descontentamento dos eleitores de Marta, que têm achado a senadora "agressiva".
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