BRASÍLIA - Apontada como uma ameaça potencial à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva criticou a proposta de plebiscito para reforma política sugerida pela mandatária ao Congresso Nacional. Em entrevista à Agência Estado, a principal liderança da Rede Sustentabilidade - partido encabeçado pela ex-verde e ainda em fase de formalização junto à Justiça Eleitoral - disse que o governo não entendeu o "clamor das ruas" e cometeu o equívoco de pensar "que um plebiscito feito de afogadilho" pode ser a resposta que a sociedade espera.
Segundo Marina Silva, tanto o plebiscito quanto o referendo podem dar "no mesmo problema, que é tentar remendar um sistema falido com respostas imediatas e superficiais, mudando alguma coisa para continuar mantendo o controle e o monopólio da política pelos partidos".
Para a ex-ministra do governo Lula, o Brasil só caminhará quando o exercício da política for compartilhado por toda a sociedade.
"A reforma deve ser muito mais ampla", prega Marina Silva.
Bem posicionada na última pesquisa de intenção de voto do Instituto Datafolha - a ex-ministra subiu de 16% para 23% em três semanas - , a terceira colocada na sucessão presidencial de 2010 associou a lembrança do eleitorado ao "desejo de mudança".
"Entre o discurso da tábula rasa e o da terra arrasada, há de se buscar uma alternativa", frisou Marina Silva.
Para tanto, a ex-ministra do Meio Ambiente citou que a inclusão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, na lista dos presidenciáveis é um claro sinal de que o brasileiro busca algo novo.
Marina Silva advertiu que o cenário econômico brasileiro vive um momento ruim, com a combinação de baixo crescimento, aliado com a alta da inflação.
"Talvez a queda de popularidade esteja preocupando mais a presidente e o PT do que deveria", alfinetou Marina Silva.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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