Maia, como cúpula do PMDB, sofre para ter fôlego junto ao eleitorado
Fernanda Krakovics | O Globo
Uma das dificuldades eleitorais do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), é a citação de seu nome em delações da operação Lava-Jato, embora negue de maneira enfática envolvimento em qualquer tipo de irregularidade.
— Primeiro, ele tem que resolver as pendências judiciais — disse o presidente do PDT, Carlos Lupi, que, assim como Maia, apoiou nas últimas eleições municipais o candidato do PMDB à prefeitura do Rio, Pedro Paulo.
Antes mesmo de manifestar o desejo de alçar voos mais altos na política, Maia já tinha sido apontado como o “Botafogo” que aparece em planilha da Odebrecht de pagamento de propina. Cláudio Melo Filho, exdiretor da empreiteira disse, em delação premiada, que Maia recebeu R$ 100 mil para ajudar na tramitação de Medida Provisória de interesse da empresa.
Após a entrevista ao GLOBO, na qual o presidente da Câmara manifestou o desejo de disputar o governo do Rio, inquérito da Polícia Federal apontou o deputado como beneficiário de suposta propina da OAS. Ele nega as acusações.
LÍDERES DO PMDB EM APUROS
Essa não é a única dificuldade eleitoral do presidente da Câmara. No dia 4 de dezembro do ano passado, Maia foi um dos principais alvos de milhares de manifestantes que se reuniram em Copacabana para protestar contra a desfiguração, pelos deputados, em sessão conduzida por ele, do pacote de dez medidas contra a corrupção. O coro “Rodrigo Maia, pode esperar, sua hora vai chegar" foi entoado várias vezes.
A única eleição majoritária disputada por Maia foi a de 2012, quando disputou a prefeitura do Rio e ficou em terceiro lugar, com 2,9% dos votos.
O cenário é incerto para as eleições. Diante do desgaste do partido, peemedebistas dizem que deve haver uma debandada no Rio. A situação já era considerada difícil com a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, e agora integrantes do PMDB fluminense dizem que está ficando “insustentável” com a expectativa de que as investigações atinjam outras lideranças. Jonas Lopes, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, e seu filho, Jonas Neto, estão em processo de delação, segundo o colunista Lauro Jardim, e teriam citado o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani.
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