Por Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto | Valor Econômico
BRASÍLIA - Em uma reviravolta sustentada pela obstrução de PR, PRB, PC do B e outros partidos nanicos, a Câmara decidiu recuar em relação ao acordo que tinha fechado – e que contava até com o apoio do PT – para votar emenda aglutinativa, que incluía o estabelecimento do distritão misto para 2018, do distrital misto a partir de 2022 e a criação do fundo para financiar campanhas, e optou por votar a reforma política fatiada, analisando item por item.
Na quarta-feira, mais cedo, após uma série de reuniões, os líderes avançaram na costura de um acordo para votar a reforma política e conseguiram com que o PT, considerado o fiel da balança para garantir a aprovação da proposta de emenda constitucional relatada pelo relator Vicente Cândido (PT-SP) sobre o sistema eleitoral e a criação do fundo para financiar campanhas eleitorais, aceitasse votar a favor da mudança no sistema de eleição de deputados e vereadores já para 2018 diante do compromisso dos demais partidos de aprovarem o fundo eleitoral.
A legenda cedeu às investidas encabeçadas pelo líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira, e decidiu apoiar a aprovação do “distritão”, em que são eleitos os mais votados de cada Estado (para deputados) ou município (para vereadores), modelo defendido por PMDB, PP e DEM. Para agradar mais ao PT, o acordo determinava ainda que também seria permitido o voto em legenda. Os votos no partido serão redistribuídos entre os candidatos da sigla. O partido tinha, em reunião de sua executiva nacional, rejeitado completamente qualquer tipo de voto majoritário, mas agora aceitou para garantir a aprovação do fundo eleitoral.
Os partidos favoráveis ao distritão misto fizeram uma emenda juntando os dois pontos: o fundo eleitoral e a mudança no sistema. Caso um fosse derrotado, o outro também cairia. Com o apoio do PT, a oposição à mudança do sistema perdeu força - no plenário, apenas o PR, PRB, e parte do PCdoB e do PPS trabalharam contra a aprovação.
A obstrução desses partidos menores, porém, fez com que a emenda aglutinativa fosse retirada, diante da percepção de que o texto não reunia os 308 votos necessários para se aprovar a reforma.
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