quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cármem Lúcia mostra-se 'triste' com julgamento

Fausto Macedo

BRASÍLIA - A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia afirmou ontem que a corrupção coloca em risco as instituições e disse que o homem público precisa ser ético durante toda a sua vida. "O que mais coloca em risco as instituições é a corrupção", disse. "A vida é igual a uma estrada. Não adianta você dizer que foi na reta certinho por mil quilômetros. E depois você entra na contramão e pega alguém. Você tem que ser reto a vida inteira. Não dá para um cidadão ir dormir imaginando que no espaço público está fazendo alguma coisa errada", acrescentou.

Cármen Lúcia votou na segunda-feira pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, do empresário Marcos Valério e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz.

A ministra afirmou que só se combate a corrupção com transparência na administração pública. "Eu acho que é jogando luz em todo lugar (que se combate a corrupção). Onde houver sombra fica sempre mais difícil", disse. Cármen Lúcia comentou ainda não ter ficado contente ao fim da sessão de segunda-feira, quando proferiu seu voto. "É tudo muito triste para o Brasil enquanto estiver assim", lamentou.

Dirceu. O voto da ministra no primeiro dos itens do processo indicou que ela deve condenar os principais réus, conforme avaliação de advogados e ministros da Corte, incluindo o ex-ministro José Dirceu. Apesar do voto considerado duro no julgamento da ação penal, a ministra já se declarou suspeita de julgar o mensalão do PSDB. Cármen Lúcia fez toda sua carreira em Minas Gerais. Ela não julgará, portanto, o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ex-governador de Minas.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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