quarta-feira, 23 de maio de 2012

Professores da UFRJ entram em greve

Docentes da Unirio, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da UFF também já haviam cruzado os braços

Em assembleia realizada ontem, no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS), os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram aderir à greve nacional convocada pela Associação Nacional de Docentes da Educação Superior (Andes). Estavam presentes 155 professores, além de alunos e servidores. Apenas um votou contra a paralisação. Com a adesão da UFRJ, a partir de hoje, já são 43 universidades federais em greve em todo o país. É a primeira vez, em mais de 10 anos, que os docentes da instituição decidem entrar em greve. A última paralisação foi em 2001 e durou quatro meses.

Professores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF) também já haviam cruzado os braços.

O presidente da Associação dos docentes da UFRJ (Adufrj), Mauro Iazi, acreditava na aprovação da greve mesmo antes da assembleia.

- Vivemos a contradição da expansão do ensino superior, sem recursos para acontecer. É preciso a regulamentação do plano de cargos, carreiras e salários, a reestruturação da carreira, a valorização do professor - disse.

Na pauta, melhoria das condições de trabalho

A categoria pleiteia carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis de remuneração, variação de 5% entre níveis, a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. Os professores também reivindicam melhorias nas condições precárias de trabalho, atribuídas à falta de estrutura nas universidades para atender ao aumento da oferta de vagas promovida através do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades (Reuni). De acordo com Aloisio Porto, do comando de greve da Andes, o atual plano de carreiras não permite um crescimento satisfatório do professor ao longo do tempo:

- Hoje, para chegar ao teto da carreira, o professor levaria quase 30 anos.

De acordo com o dirigente sindical, foram feitas mais de dez reuniões com o Ministério do Planejamento para revisão dos planos, mas não houve avanço na negociação. Aloisio Porto acredita que a adesão da categoria ao movimento aumente nos próximos dias.

Além das 43 universidades, os professores do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais, do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais) e do Instituto Federal e Tecnológico do Sudeste de Minas Gerais também entraram em greve.

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que o plano de carreira de professores e funcionários deve ser aplicado somente em 2013. Ainda segundo o MEC, as negociações salariais com a categoria começaram em agosto do ano passado, quando se acertou um reajuste de 4% - já garantido por medida provisória assinada em 11 de maio. O aumento será retroativo a março.

FONTE: O GLOBO

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