A disputa pelas
prefeituras nas 26 capitais pode resultar num fracionamento partidário inédito.
Segundo pesquisas recentes, 16 partidos têm candidatos competitivos e podem
vencer, informa Fernando
Rodrigues.
Em 2008, na reta final, só 11 legendas possuíam candidatos bem posicionados
-dez saíram vencedoras. Neste ano, há vários representantes de partidos
nanicos.
Partidos
pequenos ganham competitividade nas capitais
Hoje, 16 partidos podem eleger prefeitos nas 26 capitais, contra 11 em 2008
As siglas tradicionais ainda lideram: o PSDB tem 11 nomes com possibilidade
de vencer, enquanto o PT tem sete
Fernando Rodrigues
SÃO PAULO - Há hoje um cenário que pode resultar num
fracionamento partidário inédito nas disputas por prefeituras das 26 capitais
brasileiras: segundo as pesquisas mais recentes, 16 partidos têm candidatos
competitivos e podem sair vencedores nessas eleições.
Em 2008, nesta mesma época, só 11 partidos estavam com candidatos bem
posicionados nas eleições de prefeitos em capitais. Ao final, dez agremiações
acabaram vencendo nessas cidades -o que já representou a maior dispersão
partidária desde o fim da ditadura militar nos anos 80.
Agora, quando se olha a lista de candidatos que estão no páreo, enxergam-se
vários casos de representantes de partidos nanicos. O mais evidente é o PRB (Partido
Republicano Brasileiro) de Celso Russomanno em São Paulo.
Mas há Ratinho Júnior, do PSC (Partido Social Cristão), à frente em
Curitiba. Edmilson Rodrigues, do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), em
Belém. César Souza Jr., do PSD (Partido Social Democrático), em Florianópolis.
O mais provável é que muitos candidatos de siglas nanicas -ou novatas, como
o PSD- acabem tendo dificuldades e não saiam vencedores. Mas o fato de terem
chegado à reta final é um sinal de que um universo partidário mais horizontal
está se cristalizando no país.
No final dos anos 90 houve uma tendência oposta, pois o Congresso havia
aprovado uma lei que restringia a atuação de partidos com desempenho ruim nas
eleições para deputado federal -era a chamada cláusula de desempenho ou
barreira. Mas o Supremo Tribunal Federal derrubou o dispositivo em 2006. A
partir daí, o número de siglas passou a aumentar.
O Brasil tem hoje 30 partidos políticos. O que causou maior impacto foi o
PSD, idealizado pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab. Ao ser criado também
construiu uma tese vitoriosa na Justiça: deputados, senadores, prefeitos ou
outros políticos eleitos podem se filiar a uma nova agremiação, manter o
mandato e levar para a nova legenda seus votos -isto é, o tempo de TV e rádio e
o dinheiro do Fundo Partidário.
No quadro das capitais, entretanto, os partidos tradicionais são ainda
preponderantes no ranking de candidatos competitivos. O PSDB tem 11 nomes com
possibilidade de vencer em capitais. O PT vem em segundo com 10 nomes. Depois
aparecem PSB (6), PMDB (6), PDT (5) e DEM (3).
Fonte: Folha de S. Paulo
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