Presidente do Instituto Lula nega acusações e diz que atenderia Rose
Mariana Timóteo da Costa
SÃO PAULO - O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse ontem que integrantes e aliados do PT "pagaram um preço" por se aproximar de pessoas como o operador do mensalão, Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão por envolvimento no escândalo. Segundo Okamotto, que foi acusado por Valério de ameaçá-lo de morte, "é possível concluir, pelo resultado do julgamento do mensalão, que os que buscaram recursos para pagar campanha, que usaram esses recursos e não sabiam, acabaram pagando" pela aproximação com Valério.
- Nunca ameacei ninguém, duvido que ele tenha dito isso - reagiu ainda Okamotto, em conversa com jornalistas enquanto Lula se reunia, no instituto, com oito governadores que foram prestar solidariedade ao ex-presidente.
O assessor de Lula afirmou, no entanto, que deporia se fosse convocado numa eventual investigação sobre as declarações que teriam sido dadas por Marcos Valério, conforme noticiou o jornal "O Estado de S. Paulo". Inicialmente, Okamotto acusou o jornal de ter obtido o depoimento de Valério de "forma ilegal e criminosa", mas depois recuou, questionando se a imprensa deveria publicar um depoimento sigiloso:
- Talvez o jornal não devesse publicar o conteúdo das declarações. Porque todo mundo começa a acreditar que aquilo é verdadeiro, e nesta você prejudica todo mundo.
O presidente do Instituto Lula afirmou achar um "absurdo o PT não ter transformado em seu cavalho de batalha" a questão do financiamento público de campanha, que ajudaria a "acabar com a corrupção":
- A prática do caixa dois ainda deve existir. Tem que se batalhar por mais transparência, e ela só virá com o financiamento público.
Sobre a Operação Porto Seguro, Okamotto disse que não foi procurado pela ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha, mas que a atenderia "se ela me procurasse".
Fonte: O Globo
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