Fernando Taquari e Marina Falcão | Valor Econômico
SÃO PAULO E RECIFE - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reiterou ontem seu apoio à candidatura presidencial pelo PSDB do governador paulista, Geraldo Alckmin. Em nota, o tucano negou ter colocado em xeque a viabilidade eleitoral do correligionário. Segundo ele, cabe ao partido, no momento adequado, definir Alckmin como candidato ao Palácio do Planalto.
"Do exterior, onde me encontro, reitero que nada há mais distante de minha ação e de meu pensamento do que enfraquecer a candidatura presidencial do PSDB. O apelo que tenho feito visa ampliar o leque de alianças em torno dessa candidatura", afirmou FHC, que descartou a possibilidade de apoiar outro nome que não o do governador.
"Se ainda não fui taxativo em explicitar o nome do governador Alckmin, isso se deve exclusivamente ao fato de que o PSDB deverá indicá-lo mais à frente, dentro do calendário político adequado", justificou. Alckmin trava uma disputa interna no PSDB pela vaga de candidato à Presidência com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
Com a nota, o ex-presidente busca encerrar a polêmica provocada por sua entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", quando disse que o governador paulista precisava provar que pode organizar e liderar as forças políticas de centro. Na ocasião, FHC chegou a sugerir a possibilidade de os tucanos apoiarem outro nome deste campo na eleição de 2018.
"Se houver alguém com mais capacidade de juntar, que prove essa capacidade e que tenha princípios próximos aos nossos, tem que apoiar essa pessoa", afirmou FHC ao jornal. A declaração foi interpretada no tucanato como um alerta a Alckmin, que ainda patina nas pesquisas de intenção de voto. No último Datafolha, ele tinha apenas 8% das preferências.
No campo do centro são especuladas as candidaturas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Outro nome lembrado no meio político é o do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). A entrevista de FHC, inclusive, animou aliados de Doria, a despeito dos sinais emitidos pelo prefeito, de que teria desistido da corrida ao Palácio do Planalto.
Ao comentar o tema ontem, Maia disse que FHC é "um dos homens mais inteligentes do Brasil". "Da mesma forma que ele fala que pode apoiar outros nomes, ele chama todo mundo para o debate. Está certo, ele entende, como todos nós entendemos, que quem não aglutinar forças não tem chance e vitória", afirmou.
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