“É preciso
destruir o preconceito, muito difundido, de que a filosofia é algo muito difícil
pelo fato de ser a atividade intelectual própria de uma determinada categoria
de cientistas especializados ou de filósofos profissionais e sistemáticos. É
preciso, portanto, demonstrar preliminarmente que todos os homens são “filósofos”,
definindo os limites e as características desta “filosofia espontânea”,
peculiar a “todo o mundo”, isto e, da filosofia que está contida: 1) na própria
linguagem, que é um conjunto de noções e de conceitos determinados e não,
simplesmente, de palavras gramaticalmente vazias de conteúdo; 2) no senso comum
e no bom senso; 3) na religião popular e, consequentemente, em todo o sistema
de crenças, superstições, opiniões, modos de ver e de agir que se manifestam
naquilo que geralmente se conhece por “folclore”.”
*Antonio Gramsci (1891-1937), Cadernos do
Cárcere, 4ª Edição, v.1, p.93. Civilização Brasileira, 2006
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