domingo, 22 de agosto de 2010

A disputa pelo poder nos Estados

DEU NA ZERO HORA (RS)

Pelos levantamentos mais recentes, pelo menos cinco Estados têm chances de decidir a eleição ainda no primeiro turno. A cerca de 40 dias do pleito, os partidos que se destacam são PMDB, PSDB, PT e PSB

Entra ano, sai ano, lá estão eles de novo: se as eleições para governador fossem hoje, o PMDB emergeria das urnas como o grande vitorioso do pleito em nível nacional. Além de liderar as pesquisas para governador em cinco Estados, entre eles os poderosos Minas Gerais e Rio de Janeiro, o partido divide a ponta também em outros três, além de ter chances de chegar ao segundo turno no Rio Grande do Sul.

Pelos levantamentos mais recentes, pelo menos cinco Estados podem ter a eleição decidida no primeiro turno, no dia 3 de outubro com destaque para o Acre, Pernambuco, Rio e São Paulo.

PSDB e PT disputam o segundo posto na hegemonia do mapa político brasileiro pós-Lula: tucanos e petistas têm expectativa de vencer em três Estados, mas o PSDB lidera em São Paulo e está em situação de empate técnico em outros seis, enquanto o PT assume a dianteira no RS, Acre e Bahia. O PSB, pelas pesquisas, aparece como a quarta força, liderando as intenções de voto em Estados com peso médio no cenário político Ceará, Pernambuco e Espírito Santo.

A cerca de 40 dias da eleição, o resultado reforça ainda mais o papel do PMDB, que governa hoje nove Estados. Ainda mais se a candidata do governo, Dilma Rousseff, vencer a disputa presidencial e levar o presidente da Câmara, o peemedebista Michel Temer, para o posto de vice. Nas eleições de 2006, a legenda emplacou sete governadores, mas o entra-e-sai partidário elevou a cota hoje para nove.

Vem sendo assim desde 1986, quando o partido elegeu 23 governadores na carona do Plano Cruzado apenas no segundo mandato de Fernando Henrique essa hegemonia foi ameaçada.

Não me surpreende. O PMDB nunca teve vocação nacional, mas é fortíssimo nas disputas estaduais e nos municípios diz o cientista político Paulo César Nascimento, do Instituto de Ciência Política (Ipol) de Brasília.

Senado governista

Para o pesquisador, surpresa mesmo é constatar que, apesar da popularidade do presidente Lula, o PT lidere nas pesquisas em apenas quatro Estados em dois dos quais já governa. Nascimento atribui a escassez de votos da sigla à possibilidade maior de alianças do partido, que se transformou numa das legendas mais hábeis para construir coligações.

Já o problema dos tucanos, segundo o cientista, é a identificação cada vez maior com São Paulo:

É o Estado mais importante do país. Até por isso, essa afinidade acaba gerando grande rejeição em nível nacional.

O avanço do PMDB deve se estender também ao Senado, onde o partido pode emplacar 20 parlamentares de acordo com as últimas pesquisas. Coligado com o PT, o partido deve oferecer um amplo leque de apoio se Dilma Rousseff for eleita. Segundo Rudolfo Lago, da ONG Congresso em Foco, a candidata de Lula, se eleita, deve ter apoio de 57% do total do Senado.

Embora o quadro ainda seja instável, com muitos empates técnicos, não acredito em mudança na tendência de um Senado pró-Dilma. Acho até que o apoio pode passar dos 60% diz o analista.

Já José Serra (PSDB), se eleito, deve ter o apoio de no máximo 39% do total de senadores considerando os que ficarão e os que serão eleitos em outubro , conforme o Congresso em Foco.

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