DEU EM O GLOBO
As perdas para a economia brasileira com a crise chegaram a R$ 147 bi em 2009. O número leva em conta a diferença entre os 4% de crescimento previstos para o ano e a recessão de 0,6%.
Em 2009, crise custou R$147 bilhões ao PIB
Antes da "marolinha", economistas previam crescimento de 4%. Mas recessão foi de 0,6%, mostrou IBGE
As perdas para economia brasileira com a maior crise global desde 1929 ultrapassaram R$147 bilhões em 2009. Anteontem, o IBGE mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) recuou 0,6% no ano passado, uma recessão maior do que a perda de 0,2% anteriormente estimada pelo instituto. Antes da crise - que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a classificar de "marolinha" em outubro de 2008 - os analistas previam que o país cresceria 4% no ano passado.
Essa era, em média, a taxa prevista em junho de 2008, para a expansão do PIB no ano seguinte.
As perdas para a economia brasileira com a crise chegaram a R$ 147 bi em 2009. O número leva em conta a diferença entre os 4% de crescimento previstos para o ano e a recessão de 0,6%.
Em 2009, crise custou R$147 bilhões ao PIB
Antes da "marolinha", economistas previam crescimento de 4%. Mas recessão foi de 0,6%, mostrou IBGE
As perdas para economia brasileira com a maior crise global desde 1929 ultrapassaram R$147 bilhões em 2009. Anteontem, o IBGE mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) recuou 0,6% no ano passado, uma recessão maior do que a perda de 0,2% anteriormente estimada pelo instituto. Antes da crise - que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a classificar de "marolinha" em outubro de 2008 - os analistas previam que o país cresceria 4% no ano passado.
Essa era, em média, a taxa prevista em junho de 2008, para a expansão do PIB no ano seguinte.
Assim, a perda com a recessão, que foi de R$19,1 bilhões (considerando a queda de 0,6% do PIB) sobe para R$147,140 bilhões considerando a estimativa dos analistas antes da crise, segundo cálculos do professor de Economia Internacional da UFRJ Reinaldo Gonçalves.
Ou seja, se o PIB tivesse crescido em 2009 a taxa de 4% prevista, o tamanho da economia brasileira no fim do ano passado seria de R$3,332 trilhões - e não de R$3,185 trilhões como observado pelo IBGE.
- Isso mostra que a blindagem do Brasil contra a crise era de papel crepom. Havia muita vulnerabilidade nas contas externas e um desalinhamento no câmbio. Contou também a dependência das commodities. Nossas exportações caíram 30%.
Mas seria possível não ter recessão com a crise? Gonçalves acredita que sim. Ele cita o exemplo da Argentina, que teve expansão no mesmo ano de 0,9%:
- Lá, existe um certo controle de câmbio e, por isso, ficou menos vulnerável à crise. No Brasil, a cotação do dólar deu um salto (saiu de R$1,55 no início de agosto de 2008 para R$2,53 em dezembro). Sadia e Aracruz quase quebraram e a Petrobras teve que recorrer à Caixa Econômica Federal - lembra.
Para 2010, previsão é de alta entre 7,5% e 8% no PIB
E aí vieram as medidas do governo para estimular a economia e impedir uma recessão mais forte. Reajustou-se salário mínimo, funcionalismo público e os benefícios do Bolsa Família, diz o professor da UFRJ.
- O governo se apavorou, principalmente às vésperas de eleição. Uma gestão macroeconômica de vereador de interior.
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, o erro maior foi demorar demais para baixar os juros - a Taxa Selic chegou a subir no mês em que o Lehman Brothers quebrou, de 13% para 13,75% ao ano, e só foi reduzida em meados de janeiro para 12,75% ao ano.
- A perda a se considerar é a efetiva, o 0,6% de recuo. Só quem trabalha com expectativas é o Banco Central, que demorou muito a baixar os juros no momento da crise.
Ele concorda com Gonçalves de que o país não estava tão blindado assim contra a crise, mas afirma que a recuperação foi muita rápida
- A política anticíclica foi rápida - diz Freitas.
Porém, o economista critica a demora do governo em retirar os estímulos fiscais adotados:
- Se fossem retirados mais cedo, a inflação seria menor.
Este ano a expansão está vigorosa. Espera-se que a economia cresça entre 7,5% e 8%, o que será um recorde em mais de 20 anos. E para 2011, as projeções indicam alta entre 4% e 4,5%.
Ou seja, se o PIB tivesse crescido em 2009 a taxa de 4% prevista, o tamanho da economia brasileira no fim do ano passado seria de R$3,332 trilhões - e não de R$3,185 trilhões como observado pelo IBGE.
- Isso mostra que a blindagem do Brasil contra a crise era de papel crepom. Havia muita vulnerabilidade nas contas externas e um desalinhamento no câmbio. Contou também a dependência das commodities. Nossas exportações caíram 30%.
Mas seria possível não ter recessão com a crise? Gonçalves acredita que sim. Ele cita o exemplo da Argentina, que teve expansão no mesmo ano de 0,9%:
- Lá, existe um certo controle de câmbio e, por isso, ficou menos vulnerável à crise. No Brasil, a cotação do dólar deu um salto (saiu de R$1,55 no início de agosto de 2008 para R$2,53 em dezembro). Sadia e Aracruz quase quebraram e a Petrobras teve que recorrer à Caixa Econômica Federal - lembra.
Para 2010, previsão é de alta entre 7,5% e 8% no PIB
E aí vieram as medidas do governo para estimular a economia e impedir uma recessão mais forte. Reajustou-se salário mínimo, funcionalismo público e os benefícios do Bolsa Família, diz o professor da UFRJ.
- O governo se apavorou, principalmente às vésperas de eleição. Uma gestão macroeconômica de vereador de interior.
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, o erro maior foi demorar demais para baixar os juros - a Taxa Selic chegou a subir no mês em que o Lehman Brothers quebrou, de 13% para 13,75% ao ano, e só foi reduzida em meados de janeiro para 12,75% ao ano.
- A perda a se considerar é a efetiva, o 0,6% de recuo. Só quem trabalha com expectativas é o Banco Central, que demorou muito a baixar os juros no momento da crise.
Ele concorda com Gonçalves de que o país não estava tão blindado assim contra a crise, mas afirma que a recuperação foi muita rápida
- A política anticíclica foi rápida - diz Freitas.
Porém, o economista critica a demora do governo em retirar os estímulos fiscais adotados:
- Se fossem retirados mais cedo, a inflação seria menor.
Este ano a expansão está vigorosa. Espera-se que a economia cresça entre 7,5% e 8%, o que será um recorde em mais de 20 anos. E para 2011, as projeções indicam alta entre 4% e 4,5%.
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