• Para Aécio Neves, petrolífera não pode ter exclusividade no Pré-sal. Caiado, do DEM, vê reforço a impeachment
Danilo Fariello, Luiza Damé e Maria Lima – O Globo
Escândalos em série
BRASÍLIA - O governo considerou que o balanço da Petrobras divulgado ontem encerrou uma fase ruim da estatal e preparou terreno para uma nova etapa da companhia, com as contas saneadas. Já a oposição criticou os números, afirmando que a perda de R$ 6,2 bilhões com corrupção confirma um "saque" às contas da empresa e pedindo providências para recuperar as perdas. Em nota, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, destacou o resultado operacional positivo da companhia, mas reconheceu que os ajustes continuam.
"O balanço comprovou a qualidade e o compromisso do corpo de funcionários da Petrobras, que continuou trabalhando em meio a tantos desafios. O resultado operacional 15% maior que o de 2013 é a demonstração desse empenho e também a garantia de que a companhia está pronta para continuar seus ajustes e iniciar uma nova etapa de sua história."
Antes da divulgação do balanço, o resultado da Petrobras foi um dos assuntos tratados na reunião de coordenação política entre a presidente Dilma Rousseff e nove ministros, inclusive Braga. A avaliação do Palácio do Planalto foi a de que o balanço representaria "a superação de uma fase, e a Petrobras terá todas as condições de retomar seus projetos", segundo fonte do governo.
Para o vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), o resultado indica que a estatal foi "saqueada":
- A perda de R$ 6,2 bilhões com corrupção é um número grande em qualquer país. A Petrobras foi saqueada. Espera-se que a gestão da Petrobras tome, o quanto antes, providências para recuperar esse prejuízo.
Em nota, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, disse que, para recuperar a capacidade de investimento da Petrobras, o governo deve pôr fim à obrigatoriedade de que ela seja a única operadora do pré-sal.
- É mais um ponto a reforçar o impeachment. Tudo isso comprova a má-fé com que a presidente e o governo utilizaram desses dados na campanha eleitoral - disse o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado.
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