Indicado
àqueles que não se mancam, remédio é o mais eficaz no combate à falta de
responsabilidade
Deveria
haver um prazo obrigatório a se cumprir na criação de factoides e fake
news. Uma vez utilizada, a mentira entraria em férias —temporada de dois
anos, com tudo pago, em Miami—, findas as quais voltaria a ser permitido mentir
de novo sobre aquele determinado assunto. Pois, na velocidade com que caminham
hoje as longas pernas mentirosas, a patranha ocorre de cinco em cinco minutos.
Nem dá tempo de retocar, com óleo de peroba, a cara do Pinóquio de plantão.
Especialista em logística e estoque de quartel, o general Pazuello virou um ministro da Saúde marionete, cujos cordéis são manipulados pelo chefe da trupe. Num dia diz uma coisa, no outro desdiz. O certo é que seus almoxarifados estão cheios até o teto de cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida e Tamiflu.
Simancol
está em falta. Justamente o remédio de maior eficácia no combate à escassez de
percepção, inteligência e responsabilidade —e que poderia ter evitado o inferno
de Manaus. Indicado para as pessoas que não se mancam, o Simancol tem uma
grande vantagem: nada custa aos cofres públicos. Segundo o repórter André
Shalders, da BBC Brasil, o governo Bolsonaro já gastou R$ 90 milhões com a
compra de medicamentos sem resultados na luta contra o coronavírus.
O
esforço do Planalto em falsificar a realidade chegou a ponto da invenção de um
hacker, que teria sido responsável por criar e pôr em funcionamento, na página
do Ministério da Saúde, o aplicativo para promover o tratamento precoce contra
a Covid-19 —indicado até para bebês recém-nascidos. Novo assessor especial de
Pazuello, o hipnólogo Markinhos Show promete elucidar o crime nas próximas
horas.
Antes,
dava-se carteirada para não usar máscara. Agora, para furar a fila da vacina.
Os donos das carteiras são os mesmos.
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