O Estado de S. Paulo
O olho gordo de Lula sobre Banco Central e Petrobras é o famoso ‘tiro no pé’
O presidente Lula patrocinou uma cena que
simboliza a ocupação da Petrobras, ao ir à posse de Magda Chambriard com a
primeira-dama, sete ministros e presidentes de bancos estatais, exatamente
quando aprofunda a investida sobre o Banco Central, seu atual presidente e sua
autonomia, conquistada por consenso e comemorada depois de muitos anos de
debates.
O que significa? Que Lula se acha “dono” de estatais e bancos públicos? Na posse, ele fez loas à estatização e reduziu a Lava Jato a uma ação para o “desmonte da Petrobras”, enquanto a nova presidente da companhia – a oitava em oito anos – dizia que está “totalmente alinhada” com Lula e vai manter firme a exploração de combustíveis fósseis, justificando: “O petróleo vai financiar a transição energética”. É polêmico...
Ainda bem que a ministra Marina Silva não
estava lá, inclusive porque o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia),
cada vez mais próximo de Lula e decisivo na queda do petista Jean Paul Prates
da Petrobras, deixou claro que a exploração de petróleo na Margem Equatorial do
Amazonas é “a visão majoritária no governo”. Ou seja: de Lula, às vésperas da
COP em Belém.
Enquanto Lula reafirmava suas intenções
intervencionistas na Petrobras, o Copom encerrava o ciclo de quedas dos juros.
A manutenção de 10,5% já era esperada, até antecipada pelo Boletim Focus do BC.
A dúvida passou a ser sobre o placar. Deu 9 a zero, resultado interpretado como
autodefesa do BC. Ao condenar os juros altos na véspera, comparar Campos Neto a
Sérgio Moro e dizer que ele “trabalha contra o País”, Lula pode ter obtido um
efeito bumerangue: os quatro diretores que ele indicou garantiram a unanimidade,
para demonstrar independência política.
Lula, porém, voltou à carga no dia seguinte,
declarando que “foi uma pena o Copom manter (a taxa, que caía desde agosto),
porque quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro”. A decisão
do BC, porém, foi técnica, diante de circunstâncias externas e internas, como a
insegurança quanto às contas públicas – uma responsabilidade do governo.
“O Meirelles tinha autonomia tanto quanto tem
esse rapaz, mas o Meirelles era um cara que eu tinha direito de tirar”, disse
Lula à Rádio Verdinha, do Ceará, comparando o presidente do BC dos seus
primeiros mandatos, Henrique Meirelles, a Campos Neto. No fundo, no fundo,
gostaria de poder demitir os presidentes do BC com a facilidade com que demitiu
Prates da Petrobras. Vai crescer o movimento no Congresso para rever a
autonomia do BC. Mais um debate desgastante que cai como uma luva para a
oposição. O famoso tiro no pé.
3 comentários:
Já vimos esse filme antes . Com a Petrobras e o Banco Central na mão ele vai deitar e rolar na gastança e na corrupção
Plano do Lula é manter os combustíveis Com preços estáveis , mesmo com o preço do petróleo internacional subindo, até a bomba explodir como vimos no governo Dilma
Sonho também com juros baixos para estimular o consumo desenfreado , aumentando o endividamento da sociedade que já anda altíssimo
Carácoles!
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