Folha de S. Paulo
Condenado na trama golpista, deputado passou
a perna no Judiciário
Decisão de entregá-lo às autoridades
brasileiras está nas mãos de Trump
Que segredos e mistérios esconde Alexandre
Ramagem? Que tipo de vantagem ou chantagem ele tem na manga?
O arrivista que em 2018 se aproximou de Bolsonaro após a facada em Juiz de Fora e um ano depois foi nomeado diretor-geral da Abin está leve e solto, curtindo a vida adoidado em Miami, enquanto os comparsas do chamado núcleo crucial da trama golpista se veem obrigados a ler "Crime e Castigo", de Dostoiévski, para reduzir a pena e a caprichar nos atestados médicos para mudar de endereço. Eis por que advogados do general Heleno alegaram que seu cliente começou a sofrer de Alzheimer em 2018 —que ano terrível para todos os brasileiros, não?
Ao ex-ministro da Justiça Anderson
Torres coube a Papudinha. Ocupa um espaço 4,5 vezes maior que a
cela de Bolsonaro na Superintendência da Polícia
Federal, que tem 12 metros quadrados. Pense agora em Ramagem,
hospedado num paraíso de cafonas. O aluguel do apartamento simples no
condomínio Solé Mia, com acesso direto para uma piscina artificial do tamanho
de dois campos de futebol, custa R$ 2.000 a diária.
O difícil é desapegar de antigos hábitos.
Mesmo fora do país desde o início de setembro, o deputado pediu reembolso à
Câmara de gastos em postos de gasolina no Rio. Os abastecimentos fantasmas ou
feitos por terceiros ocorreram no horário em que ele participava, remotamente,
de votações. É a PEC da
Bandidagem funcionando na prática.
A fuga do parlamentar —condenado pela elaboração
de estratégias e documentos para atacar as urnas— foi uma senhora bobeada
do STF,
da PGR e
da PF. Ou coisa pior: ex-delegado federal, Ramagem pode ter tido ajuda de
dentro para cruzar a fronteira terrestre com a Guiana, aparentemente sem
monitoramento.
Na bagagem, o araponga de Bolsonaro levou
dados sensíveis de segurança e defesa nacional. E sabe-se lá mais que rol de podres,
após o período espionando tanto adversários como aliados. A decisão de entregá-lo ou
não às autoridades brasileiras está nas mãos do
"beliscoso" Trump.
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