DEU EM O GLOBO
Serra também responde com ironia, e Jarbas chama Lula de mentiroso contumaz
SÃO PAULO, BRASÍLIA e RIO. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), reafirmou ontem sua preocupação com o que chamou de falta de investimentos para a irrigação das áreas ribeirinhas do Rio São Francisco. Irônico, ao reagir às afirmações do presidente Lula, disse que vai ficar contentíssimo se o projeto for levado à frente.
- Se o que eu disse ajudar a ter um metro a mais de irrigação no sertão de Pernambuco, vou ficar feliz. Ficarei felicíssimo se o que eu disse aumentar um metro, um hectare de irrigação na região - disse o governador, que visitou um trecho do São Francisco no último fim de semana.
O governador de Minas, Aécio Neves, voltou ontem a criticar o governo federal por, segundo ele, investir pouco nas obras de revitalização do Rio São Francisco. Ele negou ter discutido com o presidente Lula no encontro dos dois no aeroporto de Pirapora. Segundo Aécio, na conversa ele cobrou do governo federal as perdas com a Lei Kandir e falou sobre as obras do São Francisco.
- A única ponderação que fiz é que acho pouco expressivos os recursos utilizados em Minas Gerais para a revitalização do São Francisco. Citei um exemplo e repito. Apenas o governo do estado, na bacia do Rio das Velhas, está investindo R$1,4 bilhão e pode investir até um pouco mais. Esse é o total anunciado, não investido - olha a diferença -, pelo governo federal para todo o país. Obviamente, devemos concordar que é algo pouco expressivo - disse o governador, acrescentando que não é seu papel criticar o presidente por eventual campanha antecipada nas visitas às obras do PAC.
Lula faz campanha antecipada escancaradamente, diz Jarbas
Tão logo soube das declarações de Lula, insinuando que ele, enquanto governador, nunca o recebera em Pernambuco porque não queria ou tinha medo de ser vaiado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reagiu de pronto. Em nota, Jarbas acusou o presidente de estar se transformando "num mentiroso contumaz". Ele ressaltou que, como governador, nunca deixou de participar das programações organizadas pelo Planalto, "mesmo quando eram transformadas em eventos eleitoreiros por parte dos aliados do presidente".
O senador disse que quem tremeu diante de vaias foi o próprio Lula, "quando foi vaiado fortemente em pleno Maracanã".
A nota critica o comportamento do presidente, acusado de fazer campanha aberta para tentar eleger sua candidata à sucessão presidencial, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff:
"É vergonhoso e acintoso ver o presidente em campanha eleitoral escancarada e antecipada sob a passividade da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. A verdade é que Lula usa e abusa do dinheiro público para empinar a sua candidata".
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