quinta-feira, 6 de maio de 2010

Guerra fora. Jarbas tem dia D

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Senador tucano disse ontem que não vai disputar a reeleição. Tentará uma vaga na Câmara. Jarbas Vasconcelos anuncia hoje se concorre ao governo

Às vésperas do anúncio do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) sobre se vai ou não disputar o governo do Estado, o senador Sérgio Guerra (PSDB) se antecipou e colocou, ontem à noite, um fim a parte do mistério: desistiu de renovar o mandato e vai disputar uma vaga à Câmara dos Deputados, como já se comentava. O tucano, contudo, não quis adiantar se a resposta do peemedebista hoje será pelo “sim” ou pelo “não”. Todos os oposicionistas, contudo, estão certos de que Jarbas aceitará o desafio de enfrentar o governador Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição.

Ontem, na Ilha do Retiro, onde acompanhou a final do Campeonato Pernambucano, entre Sport e Náutico, o senador deu a dica. Indagado por um torcedor se seria candidato, o peemedebista informou: “Amanhã eu respondo”. Não satisfeito com a resposta, o torcedor insistiu: “É sim ou não?”. Ao que o senador disparou: “Vou à luta”. E saiu, acompanhado do ex-deputado Roberto Freire.

Para mostrar que está em sintonia com Jarbas – e sinalizando que a posição do peemedebista deve ser pelo sim –, Guerra afirmou ontem que fará “um esforço transcendental” para estar ao lado de Jarbas na entrevista coletiva que o ex-governador concede, hoje, às 15h, em seu escritório político. O tucano deixou claro que comunicou a sua decisão ao próprio Jarbas ontem e que, apesar de não viabilizar a reedição da chapa majoritária de 2002 – como o peemedebista defendia –, não há nenhum mal-estar entre os dois.

Guerra disse que agora poderá colaborar, ainda mais, com a campanha em Pernambuco e cumprir com o seu papel de presidente nacional do PSDB e coordenador-geral da campanha do presidenciável José Serra (PSDB). O senador admitiu que, se mantivesse esses compromissos e a candidatura majoritária, teria “dificuldade” de se reeleger. As pesquisas das legendas indicam que a eleição para o Senado será acirrada. Das duas vagas destinadas a Pernambuco, uma deve ficar com o governo e a outra com a oposição. Nesse segundo caso, o nome mais forte é o do senador Marco Maciel (DEM), que tentará renovar o mandato.

“Já faz alguns dias que manifestei meu desejo de disputar a reeleição e cumprir o compromisso com o meu partido, mas era uma tarefa difícil. Refleti e ouvi os aliados, os amigos e a família. Conversei com muita gente e decidi disputar a eleição para a Câmara Federal”, explicou.

SEM COBRANÇA

Em relação às cobranças que irão surgir sobre o compromisso dos prefeitos de seu grupo com a campanha da oposição, uma vez que boa parte deles já está no palanque de Eduardo, Guerra preferiu reagir com ironia. “Não sou coronel e não vou falar sobre isso.” E lembrou: “Jarbas foi governador com pouquíssimos prefeitos (em 1998) e perdeu com o apoio de uma centena (na campanha de Mendonça Filho, em 2006)”. Quando foi indagado sobre quem poderia substituí-lo na majoritária disse não ter “a menor ideia”.

Independentemente da sua decisão, Jarbas já confessou estar sem motivação pessoal necessária e, agora, está sem a composição da chapa desejada – dois fatores essenciais para mobilizar a militância. Apesar disso, a oposição afirma que Jarbas é o único nome do grupo que pode enfrentar, de forma competitiva, Eduardo Campos. Os assessores de Jarbas não convocaram os líderes das legendas aliadas para a entrevista, mas todos devem ir.

José Serra é o principal fiador da eventual pré-candidatura de Jarbas. Ele assegurou ao peemedebista que a cúpula tucana vai se integrar totalmente à campanha em Pernambuco.

O que significa, em português claro, apoio político e financeiro. Mesmo assim, a oposição ainda não sabe quem ficará no lugar de Guerra. Para os aliados, sem a presença do líder maior do PSDB, a vaga pode ser destinada a outra legenda. A principal preocupação é escolher alguém que tenha credibilidade política e voto, afastando assim a sensação de que estaria apenas “tapando um buraco”.

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