DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Em entrevista à revista ""Veja"", Onézimo Sousa conta detalhes de negociação com petistas para montar equipe que espionaria Serra
A montagem de uma força-tarefa a pedido do comitê de campanha da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, para espionar o rival José Serra (PSDB), foi confirmada pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa. Seu relato, em entrevista à revista Veja, confirma todos os passos da negociação, revelados ontem pelo Estado.
Dono de uma pequena empresa de segurança instalada em Brasília, Onésimo foi indicado para integrar o grupo de espionagem pelo sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, ex-integrante do serviço secreto da Aeronáutica. Apontado como o chefe do grupo de espionagem, o delegado aposentado garantiu a Veja, contudo, que sua atuação se restringiu a uma reunião de planejamento com representantes do comitê petista. Alegou que a proposta era inaceitável, pois ele divergia "cabalmente quanto à metodologia e ao direcionamento dos trabalhos a ser ali executados".
Seriam duas as missões do grupo de espionagem. "Primeiro, queriam que a gente identificasse a origem de vazamentos que estavam acontecendo dentro do comitê. Havia a suspeita de que um dos coordenadores da campanha estaria sabotando o trabalho da equipe. Depois, queriam investigações sobre o governador José Serra e o deputado Marcelo Itagiba", disse o delegado à revista. "Era para levantar tudo, inclusive coisas pessoais."
Onézimo contou ter sido convidado para uma conversa com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, coordenador da campanha de Dilma. O encontro seria na área reservada do restaurante Fritz. Mas em lugar de Pimentel, teria encontrado o jornalista e consultor Luiz Lanzetta, responsável pela parte de comunicação do comitê petista.
Custo. O delegado aposentado contou que Lanzetta lhe explicou sobre o plano de montar o grupo de espionagem. O custo da operação, de R$ 1,6 milhão, seria assumido pelo empresário Benedito de Oliveira Neto, prestador de serviços do governo Lula, que teria participado da reunião. Um terceiro personagem desse encontro, segundo o delegado, seria o escritor e ex-jornalista Amaury Ribeiro.
Nos bastidores, Pimentel, alçado ao comando da campanha por conta de sua velha amizade com Dilma, acusa o deputado Antônio Palocci (PT-SP) e o deputado estadual petista Rui Falcão, coordenador de comunicação do comitê, de tramarem para derrubá-lo. Aliados de Pimentel afirmam que foi Falcão quem deixou vazar informações sobre a operação para montar um dossiê contra Serra, a fim de enfraquecer o ex-prefeito na cúpula da campanha.
Reação verde
A pré-candidata Marina Silva (PV) classificou ontem de "um risco à democracia" a atuação de arapongas para fazer dossiês. "Qualquer coisa nesse sentido não pode ser aceita pela sociedade, pela Justiça, por ninguém."
Em entrevista à revista ""Veja"", Onézimo Sousa conta detalhes de negociação com petistas para montar equipe que espionaria Serra
A montagem de uma força-tarefa a pedido do comitê de campanha da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, para espionar o rival José Serra (PSDB), foi confirmada pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa. Seu relato, em entrevista à revista Veja, confirma todos os passos da negociação, revelados ontem pelo Estado.
Dono de uma pequena empresa de segurança instalada em Brasília, Onésimo foi indicado para integrar o grupo de espionagem pelo sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, ex-integrante do serviço secreto da Aeronáutica. Apontado como o chefe do grupo de espionagem, o delegado aposentado garantiu a Veja, contudo, que sua atuação se restringiu a uma reunião de planejamento com representantes do comitê petista. Alegou que a proposta era inaceitável, pois ele divergia "cabalmente quanto à metodologia e ao direcionamento dos trabalhos a ser ali executados".
Seriam duas as missões do grupo de espionagem. "Primeiro, queriam que a gente identificasse a origem de vazamentos que estavam acontecendo dentro do comitê. Havia a suspeita de que um dos coordenadores da campanha estaria sabotando o trabalho da equipe. Depois, queriam investigações sobre o governador José Serra e o deputado Marcelo Itagiba", disse o delegado à revista. "Era para levantar tudo, inclusive coisas pessoais."
Onézimo contou ter sido convidado para uma conversa com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, coordenador da campanha de Dilma. O encontro seria na área reservada do restaurante Fritz. Mas em lugar de Pimentel, teria encontrado o jornalista e consultor Luiz Lanzetta, responsável pela parte de comunicação do comitê petista.
Custo. O delegado aposentado contou que Lanzetta lhe explicou sobre o plano de montar o grupo de espionagem. O custo da operação, de R$ 1,6 milhão, seria assumido pelo empresário Benedito de Oliveira Neto, prestador de serviços do governo Lula, que teria participado da reunião. Um terceiro personagem desse encontro, segundo o delegado, seria o escritor e ex-jornalista Amaury Ribeiro.
Nos bastidores, Pimentel, alçado ao comando da campanha por conta de sua velha amizade com Dilma, acusa o deputado Antônio Palocci (PT-SP) e o deputado estadual petista Rui Falcão, coordenador de comunicação do comitê, de tramarem para derrubá-lo. Aliados de Pimentel afirmam que foi Falcão quem deixou vazar informações sobre a operação para montar um dossiê contra Serra, a fim de enfraquecer o ex-prefeito na cúpula da campanha.
Reação verde
A pré-candidata Marina Silva (PV) classificou ontem de "um risco à democracia" a atuação de arapongas para fazer dossiês. "Qualquer coisa nesse sentido não pode ser aceita pela sociedade, pela Justiça, por ninguém."
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