DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Empresário e ex-embaixador nos EUA, o chanceler hondurenho, Mário Canahuati, afirma que seu governo já assegurou ao ex-presidente Manuel Zelaya o direito de retorno. "Isso já foi resolvido, ele tem amplas garantias para voltar", diz ao Estado por telefone. Moderado, ele evita críticas ao Brasil como quem pisa em ovos e diz que o País pode ajudar "muitíssimo".
Para normalizar laços com Honduras, o Brasil exige o retorno de Zelaya ao seu país. O seu governo aceita?
É na OEA que se está discutindo o caminho para a volta de Honduras ao sistema interamericano, assim como a questão da normalização dos laços bilaterais com países que até agora não aceitaram o novo governo. Estamos sendo muito cautelosos nesse processo. Não queremos mais dizer simplesmente que defendemos a autodeterminação ou a posição desses países que não nos aceitam.
Mas seu governo pode dar garantias de que Zelaya não será perseguido pela Justiça, ou por quem quer que seja, caso volte?
Creio que isso ficou claro quando o presidente (Porfírio) Lobo encontrou-se com Zelaya na República Dominicana e lhe assegurou os mesmos direitos de qualquer cidadão hondurenho. O caso foi resolvido, ele tem garantias para retornar. Desconhecemos se há uma razão por trás da recusa brasileira em normalizar laços. Honduras é um país de paz e amigos. E a liderança do Brasil pode nos ajudar muitíssimo, assim como a de outras potências econômicas - Peru, Colômbia, México. Espero que em pouco tempo líderes como Lula, que fez um excelente trabalho no Brasil, dêem-se conta da grande responsabilidade que têm para a afirmação da democracia na América Latina.
O sr. reconhece que o fato de o governo hondurenho ter sido eleito sob um regime de facto compromete sua legitimidade?
O presidente Lobo fez um governo integrado pelas diferentes facções políticas, incluindo pessoas que participaram da Frente Nacional de Resistência (radicais pró-Zelaya). Um deles é Cesar Ham (ex-candidato do partido Unificação Democrática), que chefia agora o Ministério Nacional Agrário. O presidente assumiu totalmente do acordo Tegucigalpa-San José, cujo penúltimo ponto era a instalação de uma Comissão da Verdade. Ela foi iniciada em 4 de maio. O último ponto era o retorno automático de Honduras à OEA e a normalização dos laços com os países, mas lamentavelmente isso não ocorreu.
Vozes em Honduras já falam em desistir de voltar para a OEA.
Tomamos a decisão de trabalhar voltados para dentro, para responder às necessidade dos hondurenhos. Demos passos importantes quanto à questão de direitos humanos. O presidente convidou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA a avaliar tudo que ocorreu e está ocorrendo para ajudar-nos a avançar. Mas a comunidade internacional não resolverá sozinha nossos problemas.
Zelaystas continuam a dizer que lutarão até o fim por uma constituinte. Há o risco de uma nova instabilidade institucional?
Isso é parte da democracia. Alguns deles (zelaystas) estão no governo e todos têm a liberdade de se manifestar, assim como os demais 8 milhões de hondurenhos.
Empresário e ex-embaixador nos EUA, o chanceler hondurenho, Mário Canahuati, afirma que seu governo já assegurou ao ex-presidente Manuel Zelaya o direito de retorno. "Isso já foi resolvido, ele tem amplas garantias para voltar", diz ao Estado por telefone. Moderado, ele evita críticas ao Brasil como quem pisa em ovos e diz que o País pode ajudar "muitíssimo".
Para normalizar laços com Honduras, o Brasil exige o retorno de Zelaya ao seu país. O seu governo aceita?
É na OEA que se está discutindo o caminho para a volta de Honduras ao sistema interamericano, assim como a questão da normalização dos laços bilaterais com países que até agora não aceitaram o novo governo. Estamos sendo muito cautelosos nesse processo. Não queremos mais dizer simplesmente que defendemos a autodeterminação ou a posição desses países que não nos aceitam.
Mas seu governo pode dar garantias de que Zelaya não será perseguido pela Justiça, ou por quem quer que seja, caso volte?
Creio que isso ficou claro quando o presidente (Porfírio) Lobo encontrou-se com Zelaya na República Dominicana e lhe assegurou os mesmos direitos de qualquer cidadão hondurenho. O caso foi resolvido, ele tem garantias para retornar. Desconhecemos se há uma razão por trás da recusa brasileira em normalizar laços. Honduras é um país de paz e amigos. E a liderança do Brasil pode nos ajudar muitíssimo, assim como a de outras potências econômicas - Peru, Colômbia, México. Espero que em pouco tempo líderes como Lula, que fez um excelente trabalho no Brasil, dêem-se conta da grande responsabilidade que têm para a afirmação da democracia na América Latina.
O sr. reconhece que o fato de o governo hondurenho ter sido eleito sob um regime de facto compromete sua legitimidade?
O presidente Lobo fez um governo integrado pelas diferentes facções políticas, incluindo pessoas que participaram da Frente Nacional de Resistência (radicais pró-Zelaya). Um deles é Cesar Ham (ex-candidato do partido Unificação Democrática), que chefia agora o Ministério Nacional Agrário. O presidente assumiu totalmente do acordo Tegucigalpa-San José, cujo penúltimo ponto era a instalação de uma Comissão da Verdade. Ela foi iniciada em 4 de maio. O último ponto era o retorno automático de Honduras à OEA e a normalização dos laços com os países, mas lamentavelmente isso não ocorreu.
Vozes em Honduras já falam em desistir de voltar para a OEA.
Tomamos a decisão de trabalhar voltados para dentro, para responder às necessidade dos hondurenhos. Demos passos importantes quanto à questão de direitos humanos. O presidente convidou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA a avaliar tudo que ocorreu e está ocorrendo para ajudar-nos a avançar. Mas a comunidade internacional não resolverá sozinha nossos problemas.
Zelaystas continuam a dizer que lutarão até o fim por uma constituinte. Há o risco de uma nova instabilidade institucional?
Isso é parte da democracia. Alguns deles (zelaystas) estão no governo e todos têm a liberdade de se manifestar, assim como os demais 8 milhões de hondurenhos.
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