quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Em BH, estreia marcada pela emoção

No primeiro dia de programa na TV, Lacerda e Patrus mostraram suas trajetórias e seus padrinhos políticos, mas também fizeram críticas

Alessandra Mello

O primeiro dia do horário eleitoral gratuito, veiculado no rádio e na televisão, para os candidatos a prefeito de Belo Horizonte deu o tom de como será o palanque eletrônico dos candidatos nesta fase decisiva da campanha. Patrus Ananias (PT), que abriu o programa na televisão, se apresentou como o candidato das políticas sociais e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Marcio Lacerda (PSB), que disputa a reeleição, focou seu programa na imagem de bom gestor, mas sem deixar de lado um apelo para a questão social.

O candidato petista usou logo no primeiro dia um depoimento de Lula, que falou sobre os motivos que o levaram a escolher Patrus para comandar o Bolsa-Família durante seu governo. Lacerda, por sua vez, apareceu ao lado do senador Aécio Neves (PSDB). O candidato socialista também citou Lula e apareceu ao lado do ex-presidente e do ex-prefeito e atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), em uma foto. O programa do prefeito destacou ainda sua participação no governo Lula, na Integração Regional, pasta do ex-ministro Ciro Gomes, e no programa Fome Zero, também implantado pelo petista. Os dois programas usaram fotos das famílias e fizeram uma pequena biografia dos candidatos.

Apesar do tom mais emotivo, não faltou chumbo trocado entre Lacerda e Patrus. Logo no início do programa do candidato do PT, o locutor afirmou que o prefeito não pode ser um "tocador de obras". "Ouvir o povo. Essa é a diferença mais importante entre um político que só toca obras e o líder que toca de verdade o coração das pessoas", disse Patrus. Já Lacerda destacou que não se governa "só com sentimentos". "É preciso métodos modernos de gestão", afirmou o prefeito, que foi entrevistado pelo apresentador e deputado federal Antônio Roberto (PV). Detentor do maior tempo no horário eleitoral, cerca de 14 minutos, Lacerda fechou seu programa com um clipe com imagens de Belo Horizonte. Com tempo menor, cerca de 8 minutos, Patrus usou depoimentos de familiares e amigos e chegou a chorar enquanto lembrava de uma passagem sua pela Prefeitura de Belo Horizonte. Os dois falaram da alta aprovação de suas gestões na prefeitura. No programa da noite, Patrus disse que a saúde será sua prioridade e exibiu o depoimento do ministro da pasta, Alexandre Padilha, em seu favor, ao apresentar propostas de sua gestão, casa vença. Patrus afirmou que não vai destruir, apenas melhorar, continuar e consertar o que vem sendo feito pela PBH.

Lacerda, que fechou o horário eleitoral, apresentou no programa a mesma melodia da música oficial das campanhas institucionais da Prefeitura de Belo Horizonte. A coligação de Patrus teve negado ontem pela Justiça Federal o pedido de liminar para proibir o uso da música.

Verdade e poesia Terceira colocada nas pesquisas de intenção de voto, a candidata do PSTU, Vanessa Portugal, prometeu mostrar aos eleitores a "verdade nua e crua" da cidade. O candidato do recém-criado Partido da Pátria Livre (PPL), o compositor Tadeu Martins, recitou versos de sua autoria para apresentar pela primeira vez suas propostas para a cidade.

O candidato do PCO, Pedro Paulo, não deu as caras no programa eleitoral. Quem apareceu foram algumas lideranças do partido, que atacaram a "farsa das eleições" e defenderam a revolução. Alfredo Flister, do PHS, falou sobre sua vida, contou um pouco de sua história e criticou o trânsito, a saúde e a segurança pública. Pelo PSOL, a candidata Maria da Consolação, que gravou seu programa no Parque Municipal, defendeu o "direito à cidade e a radicalização da democracia".

Cavaletes proibidos

A Justiça Eleitoral proibiu ontem os candidatos de colocar cavaletes com propaganda eleitoral nos arredores do Estádio Independência, no Bairro Horto, na Zona Leste de Belo Horizonte, em dias de jogos do Campeonato Brasileiro. O material deve ser recolhido até o dia anterior da partida. A decisão do juiz Renato Luiz Faraco, da 26ª Zona Eleitoral de BH, em edital dirigido a todos os candidatos, é uma resposta a uma solicitação feita pelo tenente-coronel da Polícia Militar Cícero Leonardo da Cunha, que alegou que a propaganda estava sendo usada como arma pelos torcedores para agressão. Os cavaletes também estavam atrapalhando o trânsito de pessoas e veículos.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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