Acabado o Carnaval, as máscaras da economia brasileira caem em def initivo. A alta da inflação, da taxa de juros e os constantes tarifaços do atual governo podem até surpreender a população, mas não são novidade. Basta lembrarmos do que alertou Eduardo Campos em abril de 2014: a maquiagem dos preços acabaria logo após a eleição e seria resolvida com tarifaços.
Sem o menor pudor, o governo Dilma trabalha com índices de aumento da energia elétrica que podem chegar a 70%. Mas, insistem os governistas, a economia segue equilibrada. Não vivemos uma crise de infraestrutura e nosso futuro – acreditem – não corre risco algum! Enquanto isso, no mundo real, a inflação sobe muito mais do que os índices oficiais divulgam e consome o salário do trabalhador.
Não há como negar o momento difícil que vivemos. O aumento da gasolina impacta diretamente todos os setores da nossa economia. A alta da energia elétrica, ainda mais, pois as indústrias dependem diretamente desse serviço essencial. A recessão já é realidade e a crise – que não se avizinha, pois já a vivemos – tende a se aprofundar, porque os investimentos em infraestrutura existem apenas na propaganda de TV.
Nenhum país resiste incólume a tantos anos de descaso, a uma política que camufla dados, a apadrinhamentos políticos e a escândalos de corrupção do tamanho do que vemos na Petrobras. Soma-se a isso a previsão de um PIB pífio e a geração de emprego em queda.
Diante de tudo isso, ao invés de o governo Dilma rever sua postura, admitir erros, combater a corrupção e os desperdícios, joga todo o peso para o trabalhador. Hoje, está mais difícil financiar casa própria, pois alguém tem de pagar pela incompetência de um governo que preferiu pintar a realidade de um país com cores vivas e falsas, forjando um lindo Carnaval. Porém, como toda folia, uma hora ela acaba e o espectador volta à realidade. De forma independente, seguiremos alertas e combatendo essa política que omite a verdade e protege velhas práticas políticas que nos atrasam e nos remetem às velhas oligarquias que tanto precisamos superar. É pelos brasileiros que não podemos desistir.
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Beto Albuquerque é vice-presidente nacional do PSB
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