- Folha de S. Paulo
Michel Temer disse que falava em tom de brincadeira, mas, no fundo, o recado era bem sério e deveria ser assumido por todos que desejam que o país saia da crise.
Em discurso na semana passada, o presidente comentou que, caso algo aconteça e ele não permaneça à frente do Palácio do Planalto, o país estará salvo da atual crise se a sua equipe econômica for mantida.
Presidente interino, Temer conta com o "time de primeira grandeza" que escalou na área econômica como um dos trunfos para virar definitivo até o final do atual mandato.
Ele costuma perguntar. "A Dilma volta e tira o Padilha, Meirelles, Ilan Goldfajn, Pedro Parente, Maria Silva, Carlos Hamilton, Manuseto de Almeida?" De fato, imaginar tal hipótese é de assustar a qualquer um.
Ops, menos à presidente afastada e seus seguidores, aos quais Dilma promete uma guinada à esquerda se voltar ao Planalto. Como assim? Sua política econômica quebrou o país e ela ainda promete mais da receita.
O fato é que, se a equipe econômica de Temer tiver tempo necessário e apoio suficiente para reorganizar suas áreas, em pouco tempo o país volta a crescer. O primeiro teste virá em breve, quando Henrique Meirelles enviar ao Congresso a proposta de teto para os gastos públicos.
De longe, temos hoje o pior Legislativo da história recente do país. Viciados em gastos, de preferência para suas bases eleitorais, nossos atuais parlamentares, com raras exceções, adoravam a política fiscal irresponsável de Dilma Rousseff.
Agora mesmo, nos gabinetes do Congresso, o que já se ouve são reclamações sobre a ideia de limitar o crescimento dos gastos. Cada um querendo preservar sua área de cortes. Deveriam olhar para o rombo deste ano e pensar um pouco mais.
Enfim, esta turma precisa encarar a realidade de terra arrasada deixada pela administração petista. Não dá mais para viver no mundo dos sonhos enquanto o desemprego cresce. É hora de falar sério.
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