• Leve melhora, contudo, não indica recuperação do PIB, que acumula queda de 4,76% em 11 meses de 2016
Fabrício de Casto | O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Após ceder 0,15% em outubro (dado já revisado), a economia brasileira registrou avanço em novembro de 2016. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do mês teve alta de 0,20% ante outubro, com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira, 13, a instituição.
É o maior nível do indicador desde julho e também o primeiro avanço nesta comparação. O movimento, contudo, ainda não aponta uma retomada do crescimento após o País passar meses mergulhado em recessão. Na série com ajuste sazonal, é possível identificar um recuo de 4,76% de janeiro a novembro do ano passado.
Em todo o ano de 2016, o IBC-Br ficou positivo apenas em abril, junho, julho e novembro, além de ter ficado estável em setembro, sempre na comparação com o mês anterior.
A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo obtido entre analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, que esperavam resultado entre -0,37% e +0,46% (mediana de +0,10%).
Em outubro, o índice sofreu uma contração de 0,15%, número que foi revisado pelo BC nesta sexta-feira após ter divulgado anteriormente um recuo maior, de 0,48% para o mês.
Apesar da melhoria apontada na revisão de dados pelo BC, a própria autoridade monetária indicou nesta semana que a retomada da atividade econômica deve ser ainda mais demorada e gradual que a antecipada previamente ao reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual, a 13% ao ano, contrariando projeção dominante no mercado de um corte de 0,50 ponto na taxa básica de juros.
Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, a melhoria vista nos dados pode estar ligada a revisões referentes à produção agrícola ou mesmo à área de serviços.
"Mas acho que isso não muda o quadro de fechar os dois últimos trimestres do ano passado ainda com variações negativas para PIB", ressalvou ele, acrescentando que o resultado de novembro foi puxado pelas vendas no varejo em função da Black Friday, algo que não deve se repetir daqui para frente.
Em janeiro do ano passado, o Banco Central promoveu uma revisão na apuração do IBC-Br para incorporar a estrutura de produtos e avanços metodológicos do Sistema de Contas Nacional, entre outros indicadores. Conhecido como "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.
A previsão oficial do BC para a atividade doméstica em 2016 é de queda de -3,4%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado no fim de dezembro. No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano estava em -3,49%.
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