terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dilma enfrenta protestos no Rio

Mesmo com sigilo sobre a agenda, Planalto não conseguiu evitar manifestações de servidores

RIO DE JANEIRO – O Palácio do Planalto tentou despistar os servidores públicos federais em greve, mas não conseguiu evitar protesto e vaias para a comitiva da presidente Dilma Rousseff ontem à tarde nas imediações do Teatro Municipal, no centro do Rio de Janeiro, onde ela participou da entrega de prêmios da 7ª Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas.

Para evitar contato com os manifestantes, Dilma entrou no Municipal por uma porta lateral. Em seu discurso, chamou o evento de "festa da meritocracia". "Ninguém aqui perguntou quem era o pai, quem era a mãe, quanto ganhava. O que estamos vendo é o esforço de cada uma e de cada um ultrapassando as barreiras que a vida impõe a cada um de nós", completou a presidente.

Na agenda de Dilma para ontem, divulgada na sexta-feira, o último compromisso era às 15h e não constava a presença viagem ao Rio de Janeiro, que só foi divulgada pelo Planalto ontem às 10h59. Somente às 12h28 foi informado o destino da presidente na cidade. Até mesmo o prefeito Eduardo Paes foi surpreendido. Ele teve de acelerar compromissos de campanha em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste, para correr ao Aeroporto Santos Dumont, no centro, a tempo de receber a presidente.

Mesmo com o sigilo em torno da viagem, aproximadamente 150 servidores públicos federais em greve ocupavam duas faixas da avenida Rio Branco, ao lado do Teatro Municipal, no centro do Rio, reivindicando reajuste salarial. Eles chegaram a bloquear o trânsito por 20 minutos. Mencionaram também o forte esquema de segurança em gritos de ordem: "Dilma, que papelão! Para vir ao Rio tem que ser com batalhão".

Um policial foi atingido por um ovo jogado por manifestantes e discutiu com alguns estudantes, o que causou princípio de tumulto. Apesar do clima de tensão, porém, não houve confronto. Os manifestantes protestavam em frente ao Museu Nacional de Belas Artes com faixas contra a privatização e exigência de aumento de salários para os sevidores federais. Participaram do ato sindicatos de funcionários de universidades federais e de hospitais universitários, além de estudantes.

A praça da Cinelândia, em frente ao Municipal, foi fechada com grades e cercada por policiais federais e seguranças privados, desde o final da manhã, para evitar a aproximação dos manifestantes. A Polícia Militar, Batalhão de Choque, a Guarda Municipal e tropas do Exército também reforçaram a segurança no local.

A presidente saiu do Municipal por volta das 18h30, quando já não havia manifestantes do lado de fora.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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