Morte, morte, morte, morte, morte. É impressionante como o Brasil, que se escandaliza com as matanças em escolas e cinemas nos EUA, se acostumou com histórias cinematográficas de assassinatos em toda a parte do país.
O dono de um restaurante do litoral paulista esfaqueia e mata um cliente por causa de R$ 7. Um cliente faz o contrário no DF: liquida a tiros o dono de um "self-service" que não admitia restos no prato.
Uma moça em final de gravidez leva um tiro e morre. Por causa de uma mochila barata, uma adolescente é atingida, sem chance de socorro, em um bairro nobre paulistano.
Já uma menininha com uma bala na cabeça, mas com chance de sobreviver, espera por oito horas o cirurgião que não vem e acaba morrendo num hospital no Rio.
Um cidadão é morto, na frente da mulher e da enteada, por uma garota de 15 anos. Nada menos que 56 mulheres foram assassinadas no Paraná no ano passado.
E, numa periferia de Brasília, a cena macabra: as cabeças de um casal gay expostas no meio da rua, enquanto a casa deles vira cinzas.
Em São Paulo, os índices são chocantes: em 2012, os homicídios cresceram mais de 15% no Estado e 34%, numa versão, ou 40%, em outra, na capital. E são materializados nas chacinas e nas mortes em sequência de policiais.
O governo Alckmin gaba-se de que os índices ainda estão entre os melhores do país, mas isso não ameniza o fato de que a tendência de queda foi interrompida e de que a meta de 10 homicídios por 100 mil habitantes não foi atingida.
É preocupante para um candidato à reeleição em 2014, com Lula a mil por hora no seu encalço, mas é desesperador para a população que não sabe mais como morar, dirigir, andar -ou seja, como viver.
A jabuticaba, azeda como ela só, é que a onda de violência no país coincide com recordes de arrecadação de impostos: mais de R$ 1 trilhão.
Fonte: Folha de S. Paulo
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