• Deputado afirma que há tentativa de prejudicar sua campanha na Câmara
Júnia Gama e Maria Lima – O Globo
BRASÍLIA - Candidato à presidência da Câmara, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), chamou de "alopragem" a veiculação de notícias a respeito de seu suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Em campanha para a disputa pelo comando da Casa, Cunha comentou as acusações ontem, em Brasília, um dia após um advogado que atua no caso ter negado sua participação no escândalo:
- Eu diria que isso é uma alopragem e essa alopragem foi desmoralizada. Tentaram criar um constrangimento para minha candidatura com denúncias falsas, vazias, com o intuito de beneficiar outras candidaturas. E foi um tiro na água e de festim.
Ontem, Antônio Figueiredo Basto, advogado de Alberto Youssef, disse que seu cliente "nunca entregou dinheiro" a Cunha. Basto disse que apresentará petição à Justiça Federal do Paraná esclarecendo o fato. Segundo ele, Youssef vai depor sobre o assunto quando for convocado.
Aécio e Ferraço se encontram
O vice-presidente, Michel Temer, que preside o PMDB, convocou para hoje reunião da Executiva Nacional do partido para formalizar o apoio aos candidatos à presidência da Câmara e do Senado, Cunha e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente.
A decisão foi tomada em reunião dos líderes da sigla. Além de Temer, estavam Renan, Cunha, o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), e o senador José Sarney (PMDB-AP). A ideia é fortalecer o PMDB no Congresso porque, na visão desses líderes, a sigla está sendo preterida na distribuição de espaços no governo.
O PMDB poderá ter uma dissidência na disputa pelo comando do Senado. O senador Ricardo Ferraço (ES), da ala independente da sigla, encontrou-se ontem com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no Rio. Aécio quer apoiá-lo na disputa contra Renan. Ferraço sinalizou que pode aceitar o desafio:
- Ninguém tem cadeira cativa no Senado. No campo democrático, isso tem que ser construído e conquistado. Qualquer um dos 81 senadores, e dos 19 do PMDB, está habilitado a disputar a presidência do Senado.
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