• Dirigentes dão como certo o nome do senador para concorrer à Presidência; apenas SP estaria com Alckmin
Isabel Braga e Maria Lima – O Globo
BRASÍLIA- Se houvesse uma prévia hoje entre os novos dirigentes dos diretórios estaduais do PSDB para a escolha do candidato do partido a presidente, o senador Aécio Neves ( MG), que será reeleito hoje para comandar o partido por mais dois anos, teria uma maioria esmagadora. Em conversas reservadas, tucanos próAécio fazem um paralelo com 2010, quando defenderam as prévias entre o senador José Serra (SP) e Aécio: se tivessem sido feitas, teria dado 26 a 1 para Serra. Aécio só tinha Minas Gerais. Hoje, diz um tucano, se houvesse prévias, daria o contrário: 26 pró-Aécio e apenas São Paulo com o governador Geraldo Alckmin.
Apesar das manifestações pró-Aécio como o candidato natural, todos, entretanto, têm uma preocupação comum: para os tucanos, a maior armadilha para o partido, que tem chances reais de voltar ao Planalto daqui a 3 anos, é estar rachado para enfrentar o PT. Presidente do partido, Aécio, no entanto, procura minimizar a questão.
— Talvez uma das maiores tarefas, nestes dois anos, seja preservar a unidade do partido. E esse discurso é discurso de quem teme muito o PSDB e fica desde já estimulando a nossa divisão. E para isso eu tenho que, infelizmente, dar uma má notícia: nós estaremos unidos e prontos para vencer as eleições para o bem do Brasil — ironiza Aécio.
Recall da última eleição
Aécio tem o comando de uma máquina turbinada pelo novo Fundo Partidário e um recall ( taxa de conhecimento pelo eleitorado) da última eleição. Mas Alckmin tem nas mãos o comando de São Paulo e terá no Diretório Nacional homens de confiança: o deputado Silvio Torres como secretário geral; o ex-governador Alberto Goldman, que continua como um dos vice-presidentes ; e o deputado Eduardo Cury (SP), que será o interlocutor do partido junto aos prefeitos de todo o país, o que permite ter capilaridade no Brasil. O suplente do senador José Serra ( SP), o ex- deputado José Aníbal, disputa o comando do Instituto Teotônio Vilela com o deputado José Carlos Hauly (PR).
O fato de, em São Paulo, a última pesquisa ter dado Aécio na frente de Alckmin também é "sugestivo", segundo tucanos. Eles alegam que Aécio fez uma boa campanha e estreitou laços com os políticos nos estados, o que ajudaria bastante. No entanto, Alckmin também tem bom trânsito no partido, mas não foi candidato na última eleição.
O discurso para alertar a todos, entretanto, é que o PSDB não pode cair na armadilha e se lançar numa guerra fratricida, porque, se chegar dividido em 2018, perde a possibilidade de vitória contra um PT em crise.
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