SÃO PAULO - Em depoimentos de colaboração premiada, o senador Delcídio do Amaral, que se desfiliou do PT nesta terça-feira (15), implicou 74 pessoas, fez acusações ao governo e à oposição e elevou a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff dois dias depois depois da maior manifestação contra a petista.
Entre os citados nos relatos de Delcídio, estão alguns dos principais líderes políticos do país, como Dilma, o vice Michel Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador tucano Aécio Neves (MG).
O agora ex-petista disse que Dilma tentou interferir na Operação Lava Jato por meio do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Também atribuiu a ela a nomeação para um cargo na BR Distribuidora de Nestor Cerveró, preso e já condenado em processos da Lava Jato.
Sobre Lula, o senador afirmou que ele ordenou um pagamento a Cerveró para impedir um acordo de delação.
Em relação a Michel Temer, Delcídio disse que foi o peemedebista quem chancelou a indicação de dois executivos da Petrobras que acabaram condenados na Lava Jato, João Augusto Henriques e Jorge Zelada.
Delcídio também levantou suspeitas sobre a atuação de congressistas em CPIs e descreveu supostas operações para frear investigações nas comissões parlamentares sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em 2012, e da Petrobras, em 2014.
Ao todo, foram implicados na delação 37 políticos, quatro partidos e 27 empresas.
O senador descreveu um suposto esquema de propinas para políticos em Furnas, empresa da Eletrobras, que teria Aécio Neves como um dos beneficiários. O delator lançou suspeitas ainda sobre negócios da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando ocupou uma diretoria da estatal.
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