IGP-DI sobe 0,66% em dezembro e acumula alta de 8,10% em 2012
Gabriela Valente
BRASÍLIA e SÃO PAULO - Mal começou o ano e a expectativa para a economia está pior. Os analistas voltaram a diminuir a previsão de crescimento e aumentaram a de inflação. Segundo a pesquisa semanal que o Banco Central faz com analistas do mercado financeiro, o país deve crescer 3,26%, cada vez mais longe dos 4% esperados pela equipe econômica. A aposta anterior era de 3,3%. O levantamento do BC também mostra que a perspectiva para o IPCA, a inflação oficial, subiu de 5,47% para 5,49%. A meta do ano é de 4,5% com dois pontos de tolerância.
Na visão dos especialistas, a deterioração das expectativas é causada pela política econômica do governo. Para o economista do Banco Espírito Santo Flávio Serrano, a maior intervenção do Estado na economia tem inibido investimentos. Ele ressaltou que a piora coletiva das expectativas reduz o chamado PIB potencial - até onde o Brasil pode crescer sem gerar inflação.
- A principal culpada é a nossa política que mina o PIB potencial que já está em rota de desaceleração. Se com um crescimento de 1% estamos com inflação de quase 6%, imagina se crescermos 4%?
Para 2012, a previsão de crescimento baixo ficou estável. Segundo o levantamento com os economistas das principais instituições financeiras do país, o Brasil deve ter crescido 0,98%. A previsão de inflação para 2012 também subiu de 5,71% para 5,73%.
Já o IGP-DI subiu 0,66% em dezembro, ante alta de 0,25% em novembro, encerrando 2012 com avanço de 8,10%, informou ontem a FGV. O resultado acumulado em 2012 superou o de 2011, quando o índice fechou com elevação de 5%. O destaque no atacado foi o feijão, que subiu 10,18%, ante 0,59% em novembro.
Os preços da cesta básica subiram em 2012 nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese mensalmente. Dez registraram altas acima de 10%, as maiores em Fortaleza (17,46%), João Pessoa (16,47%) e Recife (15,26%). Em dezembro, houve aumento em 15 localidades, com as maiores variações em Goiânia (10,61%), Rio de Janeiro (3,58%) e Brasília (3,41%).
Fonte: O Globo
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