• Eliseu Padilha disse que o partido vai reagir às acusações do PT, que classifica o impeachment como 'golpe'
Adriano Ceolin - O Estado de S. Paulo
O rompimento do PMDB com o governo abriu caminho para a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partirem para o confronto direto com o vice-presidente Michel Temer. A estratégia visa transformá-lo em vidraça, desqualificando sua autoridade, sua liderança política e suas propostas nas áreas econômica e, sobretudo, social.
Na semana passada, lideranças do PT já haviam criticado algumas propostas do ajuste fiscal defendido pelo PMDB. Os petistas querem colar a versão de que um eventual governo Temer colocará em risco programas como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família.
Antes do rompimento formal do PMDB, na terça-feira, 29, Lula procurou Temer para uma conversa. O ex-presidente pediu para que ele adiasse a reunião do diretório nacional do PMDB que oficializou a entrega dos ministérios da sigla à presidente. Menos de uma semana depois, Lula passou a chamar o vice de “golpista”. Em evento em defesa de Dilma no Ceará no sábado, 2, o ex-presidente disse que Temer “como constitucionalista” sabe que o impeachment “é golpe”. O vice respondeu lembrando que é professor de Direito e sabe que o processo é legítimo.
Integrante da Executiva Nacional do PMDB, Eliseu Padilha afirmou que o partido vai reagir aos ataques contra Temer. “Nós seguimos o Supremo Tribunal Federal, que disse que o impeachment é legal e estabeleceu um rito para o processo”, disse ao Estado. Sem citar Lula, Padilha ressaltou que há pessoas que não respeitam as instituições. “Na verdade, estamos prestigiando as instituições brasileiras que se encontram no pleno exercício de suas atribuições. Quem se coloca contra elas é que poderá vir a ser tratado como golpista.”
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