Gerson Camarotti
DEU EM O GLOBO
DEU EM O GLOBO
Com o governo fragilizado pela CPI da Petrobras, o PMDB entregará ao presidente Lula uma lista de reivindicações para fechar aliança em 2010: vai exigir que o PT retire candidaturas em pelo menos 10 estados.
PMDB exige de Lula degola do PT
Aliado quer petistas fora da disputa de uma dezena de governos estaduais em 2010
Com o governo fragilizado por causa da criação da CPI da Petrobras no Senado, a cúpula do PMDB resolveu aproveitar o momento e dar um ultimato ao PT e ao presidente Lula sobre a disputa eleitoral de 2010 nos estados: vai entregar uma lista de reivindicações para fechar a aliança em torno da candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O PMDB quer que Lula sacrifique desde já candidaturas petistas que atrapalham os planos de líderes regionais do partido. A intenção do PMDB é levar as exigências a Lula ainda esta semana. O partido quer solução rápida em pelo menos uma dezena de estados onde há conflito entre PT e PMDB.
- Deixar esta questão para o próximo ano será desastroso. Isso não tem nada a ver com a CPI. Mas se a prioridade do PT não é o projeto presidencial de Dilma, o PMDB vai ficar livre. Há problemas em vários estados. Onde for razoável, seria importante o PT ceder para o PMDB nos estados - advertiu o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN).
No Planalto, a pressão do PMDB não foi bem recebida, mas a ordem é não enfrentar o aliado e tentar empurrar as definições com a barriga até 2010. O PT, porém, já reage.
- É errado vincular esse momento de CPI com a negociação das alianças. Temos que priorizar o projeto nacional, mas o que o PMDB não pode é asfixiar o PT nos estados. Não podemos abrir mão de tudo, como exige o PMDB. Até porque, se a gente não ganha a presidência, o PT fica sem nada! - ressaltou o ex-líder do PT deputado Maurício Rands (PE).
Vagas para Senado serão negociadas
Segundo o PMDB, a situação com o PT só é pacifica em seis estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Amazonas, Goiás e Espírito Santo. Para assustar o governo, o PMDB passou a utilizar a matemática da convenção nacional do partido, com cerca de 800 votos. Dando a garantia de que, por enquanto, iriam com Dilma, avisa que são necessários pelo menos 500 votos de segurança. Mas aí vêm os problemas, dizem: a crise no Rio pode representar 80 votos a menos; a de Minas, uma baixa de 70 votos; a do Pará, 40 votos; e a de Mato Grosso do Sul outros 40 votos de convencionais.
Em Minas, o partido lembra pesquisas que apontam o ministro das Comunicações, Hélio Costa, como favorito ao governo. Mas o PT se divide entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social). Em Mato Grosso do Sul, o PMDB exige que o ex-governador Zeca do PT apoie a reeleição do governador André Puccinelli (PMDB). No Rio, quer a retirada definitiva da candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, em favor da reeleição de Sérgio Cabral (PMDB). No Pará, a tentativa é recompor a relação entre os dois partidos para que a governadora Ana Júlia (PT) apoie a candidatura do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) ao Senado.
O PMDB exige ainda composição para as vagas do Senado. De seus 19 senadores, pelo menos 15 disputam a reeleição. Desse total, nove devem enfrentar petistas. É o caso de Mão Santa (PMDB-PI), que disputa com o atual governador, Wellington Dias (PT); e de Almeida Lima (PMDB-SE), que enfrentará o ex-senador e presidente da BR Distribuidora José Eduardo Dutra (PT). Além disso, os peemedebistas lembram que o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), pode disputar a vaga com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli; e o governador Roberto Requião (PMDB-PR) deve concorrer ao Senado contra o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário