Isadora Peron, Ricardo Brito – O Estado de S. Paulo
Um jantar na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) reuniu na terça-feira tucanos e peemedebistas, incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Aécio Neves (PSDB-MG). Os senadores analisaram prós e contras de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Do PSDB, estavam José Serra (SP) e Aloysio Nunes (SP), além de Tasso e Aécio. Do PMDB, Renan estava com Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE). Tucanos presentes dizem que Renan adota tom cauteloso ao falar de eventual saída de Dilma – postura, afirmam, não tão beligerante quanto a do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O impeachment divide o PSDB. A ala ligada a Aécio avalia que trocar Dilma pelo vice Michel Temer poderia até prolongar a crise, e prefere a cassação da chapa pela Justiça Eleitoral e a realização de nova eleição.
Diálogo. O jantar foi classificado pelas cúpulas dos dois partidos como tentativa de abertura de diálogo entre os grupos. O encontro, dizem, não deve ser o último. Articulador da reunião, Aécio foi surpreendido com a informação de que Renan havia divulgado em sua agenda que receberia a bancada do PSDB na residência oficial. O plano era que participasse do encontro apenas o grupo mais próximo a Aécio. Tucanos e peemedebistas começaram a dizer que o jantar havia sido cancelado. Em seguida, articularam o encontro "clandestino" na casa de Tasso. Para despistar a imprensa, antes da reunião os tucanos passaram em outro jantar, oferecido por parlamentares do PSDB de Santa Catarina.
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