O Estado de S. Paulo
Governo no efeito das medidas que estão
sendo anunciadas para vencer a eleição
A confiança do governo Jair Bolsonaro na
vitória nas eleições deste ano é cada vez maior com o potencial efeito da
bateria de medidas lançada em março e ao longo das últimas semanas de
abril.
Absolutamente tudo o que o presidente pediu
e cobrou da equipe econômica está saindo, e os dados da economia vêm
apresentando melhora.
Embora muitos analistas econômicos do setor
privado avaliem que a melhora vai perder fôlego a partir do segundo semestre,
com o aperto de juros maior esperado para conter a aceleração da inflação.
Como mostrou o Estadão, uma série de dados positivos, como alta nas vendas do varejo, aumento no preço das commodities e liberação do FGTS, já levou bancos, consultorias e o Fundo Monetário Internacional (FMI) a revisar para cima a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano.
O FMI projetou que o PIB brasileiro deverá
crescer 0,8%, ante 0,3% estimado anteriormente. O País foi um dos poucos que
tiveram aumento na estimativa de crescimento da economia: o FMI reduziu a
previsão para a expansão de diversas nações por causa das consequências
econômicas da guerra na Ucrânia.
Essa melhora na projeção tem gostinho de
revanche para a equipe econômica do ministro Paulo Guedes, que bateu de frente
com o FMI no ano passado contra as projeções feitas pelo Fundo em 2020 e 2021
durante a pandemia da covid-19, causando um guerra de bastidores entre o
governo Bolsonaro e o comando da organização.
Nos bastidores, também citam a melhora da
projeção de crescimento do PIB pelo Itaú, banco que puxou no fim do ano passado
as projeções negativas para o desempenho da economia brasileira ao projetar uma
queda de 0,5%. O banco passou a ver crescimento de 1% do PIB, estimativa que
integrantes da equipe econômica consideram que está próxima do 1,5% projetado
pelo Ministério da Economia em 2022. Para o maior banco do País, dos três
motores de crescimento do PIB, dois têm trajetória positiva, como o preço das
commodities e o estímulo fiscal feito pelo governo.
A possibilidade de melhora da economia,
mesmo com a inflação e os juros, e os recursos do Orçamento para os redutos dos
aliados nas eleições animam o governo a ponto de auxiliares do presidente já
falarem em vitória no primeiro turno, com uma reviravolta para os próximos
meses. Se é blefe, as próximas pesquisas vão mostrar. Como também será possível
saber se essa melhora nos dados de agora estimada pelo mercado vai se sustentar
um pouco mais.
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