DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Em mais uma tentativa de chegar ao Planalto, Serra revê script de 2002 e também espera levar a disputa até o dia 31
Julia Duailibi
SÃO PAULO - Segunda-feira à noite, 27 de setembro, o avião com o presidenciável do PSDB, José Serra, pousa no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, vindo de Barretos, interior do Estado. Repetindo o ritual dos últimos dois meses, quando começou o horário eleitoral gratuito na televisão, o tucano segue para um estúdio na zona oeste paulistana.
Em seu camarim, toma banho e recebe massagem. Depois escolhe uma camisa entre as várias que estão à sua disposição, todas em diferentes tons de azul. Em mãos, duas opções de texto. Lê, relê, tira frases de um e enxerta no outro. Já quase de madrugada, no set de filmagem, uma equipe da Rede Globo acompanha os últimos passos da campanha tucana. Pronto para gravar, Serra sai de frente das câmeras, vai até a mesa do computador e mexe nos detalhes finais do texto que aparecerá no teleprompter. Volta para a cadeira. Começa a gravação.
É uma das últimas vezes que o principal lema da campanha, o de que é o mais bem preparado para ser o presidente da República, será entoado. É a última vez que Serra se dirigirá ao eleitor no horário eleitoral gratuito.
Desde o dia 17 de agosto, quando começou a campanha na TV, até quinta-feira passada, dia em que foi ao ar o último programa, Serra viu a vantagem da adversária Dilma Rousseff (PT) atingir 15 pontos nas pesquisas.
Em sua segunda corrida ao Palácio do Planalto, assistiu a um script parecido ao de 2002, mas com novos personagens. Presenciou o bombardeio de seu marqueteiro, Luiz Gonzalez, o homem mais forte da campanha, por aliados que creditavam a ele a queda nas pesquisas.
Viu também um novo roteiro em que passou de "Serrinha paz e amor", com mais de 40% das intenções de voto, a um candidato agressivo, segundo pesquisas feitas pelo PSDB. E, mais do que tudo, foi surpreendido pelo arrastão de votos de Lula em prol da sua candidata, numa voracidade que inimaginável.
Pressão. O programa no horário gratuito estreou com a responsabilidade de reverter a queda de Serra, buscando desfazer a imagem de candidato ligado aos ricos. Sem desconstruir essa ideia, não cresceria na maior parte do eleitorado, quase 70 milhões de pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos.
Do primeiro ao sexto programa na TV, o marketing insistiu na receita do "Zé" Serra, popularizando o candidato com filmes menos refinados e estética popular. Serra foi na favela, como "homem de origem humilde" e amigo do presidente Lula. Mas a favela era cenográfica e o amigo torcia para a adversária.
O programa não foi bem digerido pelos políticos. As críticas acabaram catalisadas pelo momento delicado da campanha. Formou-se um ciclo em que a queda nas pesquisas prejudicava a articulação política pelo País e a arrecadação de recursos, o que deixava a base aliada insatisfeita, dificultando uma reação. O comando tucano não conseguia emplacar Serra nos Estados. Aliados o escondiam nas campanhas.
Apesar do cenário desfavorável, o momento mais difícil ocorreu no final de agosto, quando Serra foi ultrapassado por Dilma em São Paulo, Estado governado pelos tucanos há 16 anos. A perda da vantagem na capital já era esperada, em razão da queda na avaliação do prefeito e aliado Gilberto Kassab (DEM). Mas o tucano foi surpreendido. Abateu-se com a perda da dianteira em seu principal colégio eleitoral.
A campanha passou, então, a atacar Dilma e o PT. O maior alvo da propaganda oposicionista foi o ex-ministro José Dirceu. Antes mesmo da campanha na TV começar, já havia sido produzida uma série de jingles ligando a petista a Dirceu. Pesquisas mostravam que o eleitor rejeitava uma eventual volta dele ao governo.
Os escândalos envolvendo a quebra de sigilo fiscal de familiares de Serra e a denúncia de tráfico de influência na Casa Civil deram maior munição aos tucanos. "Precisamos de gente para fazer a defesa pública da campanha", comentou à época um integrante da cúpula tucana ao organizar o contra-ataque na disputa.
No interior de Pernambuco, onde tocava sua campanha para deputado, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, recebeu telefonema dos estrategistas de Serra e foi escalado para vir a São Paulo logo após o feriado de 7 de setembro. Precisava liderar as críticas contra o governo pela quebra de sigilo fiscal de Verônica, filha de Serra. O presidenciável seria poupado e caberia a Guerra a ofensiva midiática.
Apesar da munição, as pesquisas mantinham a desvantagem do tucano. Para completar, Lula foi ao programa de Dilma defendê-la dos ataques, causando um estrago na sutil recuperação que Serra começava a esboçar.
Em meados de setembro, com a vantagem de Dilma consolidada, Guerra e o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, apareceram no estúdio onde se concentrava a equipe de marketing de Serra, levando um DVD com filmes que atacavam Dilma e o PT. Era a uma última tentativa de influenciar a propaganda.
Haviam encomendado o trabalho ao marqueteiro gaúcho Adriano Gheres, que, no começo da campanha, fora apresentado para trabalhar com Gonzalez. O material era composto de seis vídeos. Um deles comparava petistas a rottweilers. Os filmes passaram pelo crivo de Serra, mas foram rechaçados pelos marqueteiros. Acabaram na internet.
Isolamento. O presidenciável terminou o primeiro turno mais isolado do que começou. Por pressão dos partidos aliados, formou um conselho político com caciques do PSDB, DEM, PPS e PTB. Jamais acionou o grupo. Brigou com o presidente do DEM, Rodrigo Maia, com quem bateu boca por telefone por causa de uma notícia de jornal. Chamou-o de "alevino".
Na sexta-feira, foi a vez de o presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciar publicamente o rompimento, a dois dias da eleição. O petebista viajara para São Paulo algumas vezes para ser recebido por Serra. Em vão. "Quem joga sozinho perde sozinho", atacou Jefferson. O ex-senador Jorge Bornhausen, um dos principais aliados do presidenciável no DEM, deu pitaco na escolha do vice, Índio da Costa, e depois não apareceu mais.
Os tucanos Tasso Jereissati (CE) e Aécio Neves (MG), que chegaram a comentar com aliados que Serra demorava dias para retornar as ligações, focaram-se nas suas candidaturas. No começo de junho, haviam sido convocados por FHC para almoço em seu instituto em São Paulo, onde começaram a criticar os rumos da campanha. Serra não gostou e reclamou com o ex-presidente.
Ao ver sua gestão escondida pela campanha, FHC ressentiu-se. Foi viajar na convenção do PSDB. Gravou apenas uma mensagem, Tampouco foi ao ato de encerramento do primeiro turno.
As preparações para os debates, que começaram com reuniões de até 15 pessoas, ficaram mais seletas, restritas a um núcleo de cinco aliados. Compromissos do candidato foram desmarcados na última hora ou confirmados às pressas, o que dificultou a articulação política. Um dos últimos atos da campanha, na sexta-feira, só foi confirmado uma hora antes de começar.
Embora estivesse mais distante de tradicionais líderes do PSDB, aproximou-se consideravelmente de Geraldo Alckmin, candidato ao governo paulista com quem não mantinha boa relação. Confidenciou a aliados mais próximos que Alckmin e Beto Richa, candidato ao governo do Paraná, foram os mais leais na disputa.
Alckmin marcou uma série de eventos para Serra, com quem manteve contato frequente por telefone. Numa exibição de força, articulou um encontro com prefeitos paulistas. Também foi sua campanha quem produziu a festa de encerramento da candidatura tucana na Mooca, bairro em que o presidenciável nasceu.
Serra manteve interlocução com poucos, entre os quais Gonzalez, o coordenador de imprensa Marcio Aith, o deputado Jutahy Junior (BA) e a filha Verônica, que, entre outras sugestões, indicou para a internet o americano de origem indiana Ravi Singh, que tirou do ar o site oficial para criar expectativa com uma nova versão que desenvolvera.
Atributo. "Antes da campanha, Serra era visto como o mais preparado e o mais experiente, com bom currículo e lista de realizações. O carro-chefe era o genérico. Também era visto como político com história limpa, honesta. Dois meses de campanha depois, consolidou os atributos que tinha e acrescentou outros: é o candidato mais próximo das pessoas, o que consegue maior identidade com os mais pobres e o que projeta maior esperança e confiança. Desse ponto de vista, a campanha cumpriu aquilo que queria fazer", avalia Gonzalez.
Guerra avalia ser "um desafio enfrentar e ganhar a eleição com a desproporção de métodos e recursos da campanha adversária". "Mas Serra sai do primeiro turno consagrado em vários Estados pelos quais passou."
Serra visitou 23 Estados, mas, na reta final, centrou esforços no Sudeste. Aproveitou os percursos de avião para ler documentos da campanha – segurou por semanas a divulgação do programa de governo, cujo calhamaço compilado por Xico Graziano levava à bordo. O texto acabou não sendo publicado.
Exaurido pela quantidade de compromissos e viagens, Serra levou a campanha à base de fruta,de muito energético e, segundo ele, da energia das pessoas. "Estou elétrico", comentou mais de uma vez. Depois de um desempenho ruim em um dos debates em cadeia nacional, durante o qual abusou dos ataques à adversária, acatou orientações e tentou recuperar o estilo "paz e amor".
Imprimiu leveza no discurso nos últimos dias, encerrando a campanha com uma imagem mais amena. Oscilando entre o otimismo e a incerteza do segundo turno, exibiu esperança até o último momento:
"A segunda-feira será de muito trabalho."
Em mais uma tentativa de chegar ao Planalto, Serra revê script de 2002 e também espera levar a disputa até o dia 31
Julia Duailibi
SÃO PAULO - Segunda-feira à noite, 27 de setembro, o avião com o presidenciável do PSDB, José Serra, pousa no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, vindo de Barretos, interior do Estado. Repetindo o ritual dos últimos dois meses, quando começou o horário eleitoral gratuito na televisão, o tucano segue para um estúdio na zona oeste paulistana.
Em seu camarim, toma banho e recebe massagem. Depois escolhe uma camisa entre as várias que estão à sua disposição, todas em diferentes tons de azul. Em mãos, duas opções de texto. Lê, relê, tira frases de um e enxerta no outro. Já quase de madrugada, no set de filmagem, uma equipe da Rede Globo acompanha os últimos passos da campanha tucana. Pronto para gravar, Serra sai de frente das câmeras, vai até a mesa do computador e mexe nos detalhes finais do texto que aparecerá no teleprompter. Volta para a cadeira. Começa a gravação.
É uma das últimas vezes que o principal lema da campanha, o de que é o mais bem preparado para ser o presidente da República, será entoado. É a última vez que Serra se dirigirá ao eleitor no horário eleitoral gratuito.
Desde o dia 17 de agosto, quando começou a campanha na TV, até quinta-feira passada, dia em que foi ao ar o último programa, Serra viu a vantagem da adversária Dilma Rousseff (PT) atingir 15 pontos nas pesquisas.
Em sua segunda corrida ao Palácio do Planalto, assistiu a um script parecido ao de 2002, mas com novos personagens. Presenciou o bombardeio de seu marqueteiro, Luiz Gonzalez, o homem mais forte da campanha, por aliados que creditavam a ele a queda nas pesquisas.
Viu também um novo roteiro em que passou de "Serrinha paz e amor", com mais de 40% das intenções de voto, a um candidato agressivo, segundo pesquisas feitas pelo PSDB. E, mais do que tudo, foi surpreendido pelo arrastão de votos de Lula em prol da sua candidata, numa voracidade que inimaginável.
Pressão. O programa no horário gratuito estreou com a responsabilidade de reverter a queda de Serra, buscando desfazer a imagem de candidato ligado aos ricos. Sem desconstruir essa ideia, não cresceria na maior parte do eleitorado, quase 70 milhões de pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos.
Do primeiro ao sexto programa na TV, o marketing insistiu na receita do "Zé" Serra, popularizando o candidato com filmes menos refinados e estética popular. Serra foi na favela, como "homem de origem humilde" e amigo do presidente Lula. Mas a favela era cenográfica e o amigo torcia para a adversária.
O programa não foi bem digerido pelos políticos. As críticas acabaram catalisadas pelo momento delicado da campanha. Formou-se um ciclo em que a queda nas pesquisas prejudicava a articulação política pelo País e a arrecadação de recursos, o que deixava a base aliada insatisfeita, dificultando uma reação. O comando tucano não conseguia emplacar Serra nos Estados. Aliados o escondiam nas campanhas.
Apesar do cenário desfavorável, o momento mais difícil ocorreu no final de agosto, quando Serra foi ultrapassado por Dilma em São Paulo, Estado governado pelos tucanos há 16 anos. A perda da vantagem na capital já era esperada, em razão da queda na avaliação do prefeito e aliado Gilberto Kassab (DEM). Mas o tucano foi surpreendido. Abateu-se com a perda da dianteira em seu principal colégio eleitoral.
A campanha passou, então, a atacar Dilma e o PT. O maior alvo da propaganda oposicionista foi o ex-ministro José Dirceu. Antes mesmo da campanha na TV começar, já havia sido produzida uma série de jingles ligando a petista a Dirceu. Pesquisas mostravam que o eleitor rejeitava uma eventual volta dele ao governo.
Os escândalos envolvendo a quebra de sigilo fiscal de familiares de Serra e a denúncia de tráfico de influência na Casa Civil deram maior munição aos tucanos. "Precisamos de gente para fazer a defesa pública da campanha", comentou à época um integrante da cúpula tucana ao organizar o contra-ataque na disputa.
No interior de Pernambuco, onde tocava sua campanha para deputado, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, recebeu telefonema dos estrategistas de Serra e foi escalado para vir a São Paulo logo após o feriado de 7 de setembro. Precisava liderar as críticas contra o governo pela quebra de sigilo fiscal de Verônica, filha de Serra. O presidenciável seria poupado e caberia a Guerra a ofensiva midiática.
Apesar da munição, as pesquisas mantinham a desvantagem do tucano. Para completar, Lula foi ao programa de Dilma defendê-la dos ataques, causando um estrago na sutil recuperação que Serra começava a esboçar.
Em meados de setembro, com a vantagem de Dilma consolidada, Guerra e o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, apareceram no estúdio onde se concentrava a equipe de marketing de Serra, levando um DVD com filmes que atacavam Dilma e o PT. Era a uma última tentativa de influenciar a propaganda.
Haviam encomendado o trabalho ao marqueteiro gaúcho Adriano Gheres, que, no começo da campanha, fora apresentado para trabalhar com Gonzalez. O material era composto de seis vídeos. Um deles comparava petistas a rottweilers. Os filmes passaram pelo crivo de Serra, mas foram rechaçados pelos marqueteiros. Acabaram na internet.
Isolamento. O presidenciável terminou o primeiro turno mais isolado do que começou. Por pressão dos partidos aliados, formou um conselho político com caciques do PSDB, DEM, PPS e PTB. Jamais acionou o grupo. Brigou com o presidente do DEM, Rodrigo Maia, com quem bateu boca por telefone por causa de uma notícia de jornal. Chamou-o de "alevino".
Na sexta-feira, foi a vez de o presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciar publicamente o rompimento, a dois dias da eleição. O petebista viajara para São Paulo algumas vezes para ser recebido por Serra. Em vão. "Quem joga sozinho perde sozinho", atacou Jefferson. O ex-senador Jorge Bornhausen, um dos principais aliados do presidenciável no DEM, deu pitaco na escolha do vice, Índio da Costa, e depois não apareceu mais.
Os tucanos Tasso Jereissati (CE) e Aécio Neves (MG), que chegaram a comentar com aliados que Serra demorava dias para retornar as ligações, focaram-se nas suas candidaturas. No começo de junho, haviam sido convocados por FHC para almoço em seu instituto em São Paulo, onde começaram a criticar os rumos da campanha. Serra não gostou e reclamou com o ex-presidente.
Ao ver sua gestão escondida pela campanha, FHC ressentiu-se. Foi viajar na convenção do PSDB. Gravou apenas uma mensagem, Tampouco foi ao ato de encerramento do primeiro turno.
As preparações para os debates, que começaram com reuniões de até 15 pessoas, ficaram mais seletas, restritas a um núcleo de cinco aliados. Compromissos do candidato foram desmarcados na última hora ou confirmados às pressas, o que dificultou a articulação política. Um dos últimos atos da campanha, na sexta-feira, só foi confirmado uma hora antes de começar.
Embora estivesse mais distante de tradicionais líderes do PSDB, aproximou-se consideravelmente de Geraldo Alckmin, candidato ao governo paulista com quem não mantinha boa relação. Confidenciou a aliados mais próximos que Alckmin e Beto Richa, candidato ao governo do Paraná, foram os mais leais na disputa.
Alckmin marcou uma série de eventos para Serra, com quem manteve contato frequente por telefone. Numa exibição de força, articulou um encontro com prefeitos paulistas. Também foi sua campanha quem produziu a festa de encerramento da candidatura tucana na Mooca, bairro em que o presidenciável nasceu.
Serra manteve interlocução com poucos, entre os quais Gonzalez, o coordenador de imprensa Marcio Aith, o deputado Jutahy Junior (BA) e a filha Verônica, que, entre outras sugestões, indicou para a internet o americano de origem indiana Ravi Singh, que tirou do ar o site oficial para criar expectativa com uma nova versão que desenvolvera.
Atributo. "Antes da campanha, Serra era visto como o mais preparado e o mais experiente, com bom currículo e lista de realizações. O carro-chefe era o genérico. Também era visto como político com história limpa, honesta. Dois meses de campanha depois, consolidou os atributos que tinha e acrescentou outros: é o candidato mais próximo das pessoas, o que consegue maior identidade com os mais pobres e o que projeta maior esperança e confiança. Desse ponto de vista, a campanha cumpriu aquilo que queria fazer", avalia Gonzalez.
Guerra avalia ser "um desafio enfrentar e ganhar a eleição com a desproporção de métodos e recursos da campanha adversária". "Mas Serra sai do primeiro turno consagrado em vários Estados pelos quais passou."
Serra visitou 23 Estados, mas, na reta final, centrou esforços no Sudeste. Aproveitou os percursos de avião para ler documentos da campanha – segurou por semanas a divulgação do programa de governo, cujo calhamaço compilado por Xico Graziano levava à bordo. O texto acabou não sendo publicado.
Exaurido pela quantidade de compromissos e viagens, Serra levou a campanha à base de fruta,de muito energético e, segundo ele, da energia das pessoas. "Estou elétrico", comentou mais de uma vez. Depois de um desempenho ruim em um dos debates em cadeia nacional, durante o qual abusou dos ataques à adversária, acatou orientações e tentou recuperar o estilo "paz e amor".
Imprimiu leveza no discurso nos últimos dias, encerrando a campanha com uma imagem mais amena. Oscilando entre o otimismo e a incerteza do segundo turno, exibiu esperança até o último momento:
"A segunda-feira será de muito trabalho."
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