DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Reunidos em Alagoas, os governadores eleitos do PSDB disseram que não farão oposição ao governo Dilma Rousseff (PT). "Não existe governo contra governo", afirmou Marconi Perillo (GO). Juntos, os Estados representados na reunião do PSDB receberam R$ 26 bilhões em verbas federais em 2010.
Governadores do PSDB vão apoiar Dilma
De olho nos repasses federais, tucanos que vão comandar 8 Estados dizem que não farão oposição ao Planalto
José Roberto de Toledo
Os governadores eleitos do PSDB afirmaram na quarta-feira, em Maceió (AL), que não farão oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT). "Não existe governo contra governo", resumiu o goiano Marconi Perillo. Os cofres dão razão aos tucanos.
É difícil para um governador declarar oposição a um presidente, não importa o partido, quando depende financeiramente da União. Juntos, os Estados representados na reunião do PSDB receberam, em 2010, R$ 26 bilhões em transferências federais. E o ano ainda não terminou.
Em 2009, os governos dos oito Estados levaram R$ 31 bilhões. Nesse ritmo, é provável que os tucanos recebam durante os quatro anos de governo pelo menos R$ 123 bilhões da União. São muitas razões para não declarar oposição.
Não é nenhum favor de Brasília repassar o dinheiro. A maior parte dos recursos é fruto de direitos constitucionais e legais. Mas, além dos repasses, há verbas discricionárias, que o presidente pode ou não liberar. Em tese, todos os entes da Federação são iguais entre si. Na prática, uns são mais iguais do que outros. E, portanto, mais dependentes do governo central.
Anchieta Júnior (RR) vai administrar um governo que, por ser de um ex-território federal, recebe 14 vezes mais recursos da União por habitante que São Paulo: R$ 2.649 por roraimense contra R$ 192 por paulista, R$ 257 por mineiro, R$ 285 por goiano e R$ 287 por paranaense.
Por isso, Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG), Perillo (GO) e Beto Richa (PR) poderiam ser mais independentes. O primeiro é presidenciável e o segundo, herdeiro de Aécio Neves, virtual candidato em 2014.
Mas não é do interesse de ambos comprar briga com quem tem a chave de um cofre tão fornido. Limitaram-se a subscrever a Carta de Maceió, que pede a revisão dos mecanismos de transferências voluntárias. Ou seja, meios de diminuir sua dependência em relação à caneta presidencial.
Segundo seu presidente, Sergio Guerra, o PSDB deixará a tarefa de fazer oposição às bancadas no Congresso: "Vamos fazer oposição de qualidade". Espera-se que o partido se concentre mais no substantivo que no adjetivo da frase. Ou chegará em 2014 enfrentando a mesma crise de identidade que minou suas chances em 2010.
Maiores repasses em 2010
R$ 7,668 bi recebeu São Paulo até outubro
Reunidos em Alagoas, os governadores eleitos do PSDB disseram que não farão oposição ao governo Dilma Rousseff (PT). "Não existe governo contra governo", afirmou Marconi Perillo (GO). Juntos, os Estados representados na reunião do PSDB receberam R$ 26 bilhões em verbas federais em 2010.
Governadores do PSDB vão apoiar Dilma
De olho nos repasses federais, tucanos que vão comandar 8 Estados dizem que não farão oposição ao Planalto
José Roberto de Toledo
Os governadores eleitos do PSDB afirmaram na quarta-feira, em Maceió (AL), que não farão oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT). "Não existe governo contra governo", resumiu o goiano Marconi Perillo. Os cofres dão razão aos tucanos.
É difícil para um governador declarar oposição a um presidente, não importa o partido, quando depende financeiramente da União. Juntos, os Estados representados na reunião do PSDB receberam, em 2010, R$ 26 bilhões em transferências federais. E o ano ainda não terminou.
Em 2009, os governos dos oito Estados levaram R$ 31 bilhões. Nesse ritmo, é provável que os tucanos recebam durante os quatro anos de governo pelo menos R$ 123 bilhões da União. São muitas razões para não declarar oposição.
Não é nenhum favor de Brasília repassar o dinheiro. A maior parte dos recursos é fruto de direitos constitucionais e legais. Mas, além dos repasses, há verbas discricionárias, que o presidente pode ou não liberar. Em tese, todos os entes da Federação são iguais entre si. Na prática, uns são mais iguais do que outros. E, portanto, mais dependentes do governo central.
Anchieta Júnior (RR) vai administrar um governo que, por ser de um ex-território federal, recebe 14 vezes mais recursos da União por habitante que São Paulo: R$ 2.649 por roraimense contra R$ 192 por paulista, R$ 257 por mineiro, R$ 285 por goiano e R$ 287 por paranaense.
Por isso, Geraldo Alckmin (SP), Antonio Anastasia (MG), Perillo (GO) e Beto Richa (PR) poderiam ser mais independentes. O primeiro é presidenciável e o segundo, herdeiro de Aécio Neves, virtual candidato em 2014.
Mas não é do interesse de ambos comprar briga com quem tem a chave de um cofre tão fornido. Limitaram-se a subscrever a Carta de Maceió, que pede a revisão dos mecanismos de transferências voluntárias. Ou seja, meios de diminuir sua dependência em relação à caneta presidencial.
Segundo seu presidente, Sergio Guerra, o PSDB deixará a tarefa de fazer oposição às bancadas no Congresso: "Vamos fazer oposição de qualidade". Espera-se que o partido se concentre mais no substantivo que no adjetivo da frase. Ou chegará em 2014 enfrentando a mesma crise de identidade que minou suas chances em 2010.
Maiores repasses em 2010
R$ 7,668 bi recebeu São Paulo até outubro
R$ 4,923 bi foi transferido para Minas
R$ 3,414 bi chegaram aos cofres do Pará
R$ 2,948 bi recebeu o governo do Paraná
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