sábado, 3 de março de 2012

Serra retoma foco nacional e ataca presidente

Tucano admite que eleitor quer discutir problemas da cidade, mas disse que informará sobre cenário do País

Gustavo Uribe

Ainda com o foco nas questões nacionais, o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, afirmou ontem que o governo da presidente Dilma Rousseff ainda não "deslanchou" e avaliou que o rumo da atual administração federal é incerto. Ao se apresentar como pré-candidato à Prefeitura na quarta-feira, Serra afirmou que o sonho de disputar a Presidência da República em 2014 está "adormecido", mas deu demonstrações de que não abandonou o projeto político.

Em entrevista na madrugada de ontem ao Jornal da Noite, da TV Bandeirantes, Serra admitiu que em uma campanha municipal o eleitor quer discutir problemas municipais, mas ponderou que, caso o quadro nacional seja abordado na disputa municipal, estará pronto para discuti-lo.

"Em uma campanha, como a da cidade de São Paulo, o eleitor quer discutir os problemas da cidade", lembrou. "Agora, toda vez que o quadro nacional tiver de entrar, eu vou estar presente informando", justificou.

O ex-governador de São Paulo avaliou que o atual governo federal tem uma tendência de considerar todos os temas prioritários, o que prejudica a sua atuação. Ele observou ainda que faltam mais investimentos na infraestrutura nacional, o que expõe uma fragilidade do País.

"Há uma tendência de se considerar tudo prioritário, quando tudo é prioritário, nada é prioritário", criticou.

Desindustrialização. Serra alertou também quanto ao processo de desindustrialização da economia nacional, o que, segundo ele, tem feito com que o Brasil perca competitividade no mercado internacional.

"Nós estamos perdendo competitividade na indústria e passando a importar coisas que já produzíamos aqui", afirmou. Ele reconheceu, contudo, que a economia nacional caminha bem, mas em virtude, sobretudo, da alta nos preços das commodities no mercado mundial.

O pré-candidato do PSDB voltou a garantir que, caso seja eleito, cumprirá o mandato de prefeito de São Paulo até o fim e antecipou que, em sua campanha eleitoral, pretende organizar as suas propostas em formato setorial.

Serra afirmou ainda que deve ficar para abril ou maio a definição do nome do vice na aliança capitaneada pelo PSDB. "Tem de ser um vice que acrescente votos e que tenha boa qualidade", observou.

Estados Unidos do Brasil. Ao comentar o risco da crise europeia chegar à economia nacional, Serra cometeu uma gafe.

O pré-candidato do PSDB referiu-se ao Brasil como "Estados Unidos do Brasil", tendo sido corrigido em seguida pelo jornalista Boris Casoy, entrevistador do jornal.

"Não, o Brasil chama República Federativa do Brasil." O ex-governador de São Paulo primeiro questionou se o nome havia mudado. Depois, reconheceu o equívoco. "Que é parecido", respondeu.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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