• Esforço em esconder a presidente no jogo de abertura da Copa não deu resultado e torcida entoou grito ofensivo contra a Dilma
Jamil Chade - O Estado de S. Paulo
O esforço de esconder a presidente Dilma Rousseff do público no estádio da abertura da Copa do Mundo não deu resultado. Poucos minutos depois de a presidente ter chegado à Arena Corinthians para a festa de abertura do Mundial, o estádio xingou a presidente. "Ei, Dilma, vai tomar no c...", entoavam os torcedores. Em algumas partes do estádios, os gritos foram dirigidos contra a Fifa.
Dilma chegou sob forte segurança. Depois de almoçar com chefes de Estado que estão em São Paulo para a Copa, ela seguiu para a arena. Aterrizou em um helicóptero e depois seguiu com um comboio a uma garagem do estádio. De lá, pegou um elevador que a conduziu diretamente para dentro da sala vip.
Dilma não vai discursar na abertura, rompendo com uma tradição de 30 anos de chefes de Estado que abrem os Mundiais. Sua decisão foi tomada depois de ser vaiada na abertura da Copa das Confederações. Joseph Blatter, presidente da Fifa, também não vai discursar. Mas nem isso evitou a reação do estádio contra a presidente, mesmo sem a ver. Momentos depois de xingarem a presidente, os torcedores foram ao delírio quando a seleção brasileira entrou em campo para aquecer.
A declaração de que o evento está oficialmente aberto será em uma cerimônia com jovens no meio do gramado, que soltarão pombas representando a paz. O xingamento foi realizado durante a festa que custou R$ 18 milhões. A Fifa garantiu que é ela quem está pagando pela cerimônia. Dilma assistiu à cerimônia ao lado de Joseph Blatter, presidente da Fifa. Ao lado dela estava sua filha, Paula. Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU, o príncipe Ali da Jordânia e o vice-presidente Michel Temer também estavam nos assentos em sua volta.
Na abertura, Blatter também não falará. "Como ele pode falar se Dilma não fala?", questionou Walter de Gregorio, diretor de comunicação da Fifa. Dilma, em reunião com jornalistas, indicou que foi Blatter quem a pediu para não falar. Mas a Fifa insiste que a decisão foi "compartilhada".
A abertura da Copa teve uma presença fraca de chefes de Estado. Segundo o Palácio do Planalto, apenas oito presidentes ou vice-presidentes aceitaram o convite feito por Dilma Rousseff a todo o mundo e estão em Itaquera. A presidente brasileira receberá a presidente do Chile, Michelle Bachelet, Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), José Eduardo dos Santos (Angola), além dos presidentes do Paraguai e Suriname. Da África, virão o chefe de Estado do Gabão e o vice-presidente de Gana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário