Igor Gadelha - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Líderes de partidos da oposição reagiram nesta sexta-feira, 13, às declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que, em evento na capital paulista, disse que o País precisa ter “paciência” nos próximos três anos e não embarcar em um “golpe institucional” que pode por em risco, as instituições democráticas. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), avaliou que, ao se referir indiretamente aos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Suprema Corte “reverbera discurso do petismo”.
“É lamentável a declaração do presidente do STF quando falou de forma indireta do impeachment, que é uma prerrogativa constitucional do Congresso. Ele reverbera muito mais o discurso do petismo ao invés de se colocar como magistrado da mais alta corte do País”, disse.
O deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) foi na linha. “Na medida em que o ministro envereda por essa questão, tem que ter muito cuidado para não defender questão partidária, que não acredito que seja o caso”, afirmou o tucano.
No evento em São Paulo, o presidente do STF também criticou o legislativo por priorizar investigações “amadoras” em vez de cumprir sua função de legislar. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), evitou polemizar com Lewandowski. Ao Estado, o peemedebista afirmou que, embora pessoalmente avalie que a investigação política pelo Senado ou pela Câmara não tem sentido quando o tema já é investigado pelo polícia e judiciário, a abertura de CPIs é “direito conferido às minorias”.
Um dos investigados pelo STF e pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato, Renan Calheiros fez questão de ressaltar que o Congresso e o STF têm uma “relação institucional boa”, que não deve ser abalada com as declarações do presidente da Corte.
“É lamentável a declaração do presidente do STF quando falou de forma indireta do impeachment, que é uma prerrogativa constitucional do Congresso”
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