DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Lula aproveitou o congresso do PT para desenhar, linha por linha, o perfil da candidata Dilma Rousseff. Potencializou suas qualidades, transformou eventuais desvantagens em virtudes e voltou para o Alvorada sabendo que a militância iria decorar a lição para a campanha.
Se a direita, principalmente a direita militar, não cansa de chamar Dilma pela internet de "guerrilheira", Lula foi carinhoso ao falar da "menina que arriscou a própria vida" em defesa da democracia.
Se prevalece a percepção de que Dilma não foi uma opção, mas escolhida por exclusão (depois da queda da cúpula e dos presidenciáveis naturais do PT), Lula tratou de dizer que estava de olho nela havia muito tempo, desde quando discutia a questão energética e via aquela mulher ali, aplicada, competente, agarrada ao seu laptop.
Se a oposição, tucanos e democratas à frente, não cansam de bater na tecla de que ela mente, citando os casos da ex-secretária da Receita, do dossiê contra FHC e do diploma inflado, Lula tratou de corrigir: ela é um poço de sinceridade.
E se os próprios governistas consideram, por baixo e às vezes por cima dos panos, que Dilma é arrogante e mandona, a ponto de gritar com ministros, presidentes de estatais e assessores em reuniões, Lula transformou esse, digamos, probleminha, numa grande qualidade: é que ela é perfeccionista em tudo o que faz, aprende tudo em uma semana e exige dos outros o que exige dela mesma para bons resultados.
Desenhada a candidata, Lula pôs-se a ditar também a política de alianças. Com ele ali, do alto de sua imensa liderança e popularidade, quem iria vaiar o PMDB, representado por Michel Temer, Edison Lobão e Hélio Costa?
Sarney e Henrique Meirelles, porém, não foram. É que a turma petista digeriu bem a nova Dilma e tinha de engolir o PMDB, mas pedir para não vaiar Sarney e o BC seria um pouco demais, não é?
BRASÍLIA - Lula aproveitou o congresso do PT para desenhar, linha por linha, o perfil da candidata Dilma Rousseff. Potencializou suas qualidades, transformou eventuais desvantagens em virtudes e voltou para o Alvorada sabendo que a militância iria decorar a lição para a campanha.
Se a direita, principalmente a direita militar, não cansa de chamar Dilma pela internet de "guerrilheira", Lula foi carinhoso ao falar da "menina que arriscou a própria vida" em defesa da democracia.
Se prevalece a percepção de que Dilma não foi uma opção, mas escolhida por exclusão (depois da queda da cúpula e dos presidenciáveis naturais do PT), Lula tratou de dizer que estava de olho nela havia muito tempo, desde quando discutia a questão energética e via aquela mulher ali, aplicada, competente, agarrada ao seu laptop.
Se a oposição, tucanos e democratas à frente, não cansam de bater na tecla de que ela mente, citando os casos da ex-secretária da Receita, do dossiê contra FHC e do diploma inflado, Lula tratou de corrigir: ela é um poço de sinceridade.
E se os próprios governistas consideram, por baixo e às vezes por cima dos panos, que Dilma é arrogante e mandona, a ponto de gritar com ministros, presidentes de estatais e assessores em reuniões, Lula transformou esse, digamos, probleminha, numa grande qualidade: é que ela é perfeccionista em tudo o que faz, aprende tudo em uma semana e exige dos outros o que exige dela mesma para bons resultados.
Desenhada a candidata, Lula pôs-se a ditar também a política de alianças. Com ele ali, do alto de sua imensa liderança e popularidade, quem iria vaiar o PMDB, representado por Michel Temer, Edison Lobão e Hélio Costa?
Sarney e Henrique Meirelles, porém, não foram. É que a turma petista digeriu bem a nova Dilma e tinha de engolir o PMDB, mas pedir para não vaiar Sarney e o BC seria um pouco demais, não é?
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