segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Confusões e Pressa Política

Confusões e Pressa Política

Aproveito esse espaço para reproduzir a opinião de companheiros do PPS que considero madura e bem fundamentada.

Penso que a conversa, em política, pode - e deve - haver. Mas temos que observar nossas posições históricas e, fundamentalmente, sermos coerentes.

Vereador Paulo Pinheiro

"Confusões e Pressa Política

No Rio de Janeiro vivemos uma situação política inusitada. O governador Sérgio Cabral Filho foi reeleito com 66% dos votos válidos no primeiro turno das eleições, com o apoio de mais de 10 partidos e conta na Assembléia Legislativa com cerca de 58 parlamentares dos 70 que compõem a Casa.

O resultado natural desse quadro político seria a composição da Mesa Diretora da ALERJ com a presidência destinada ao PMDB, que conta com 12 deputados e a Liderança do Governo deste partido ou de outro partido do bloco de poder.

Como em política às vezes dois mais dois não resultam em quatro, o Governador estimula notas nos jornais anunciando que pretende nomear o deputado André Correia do PPS Líder do Governo. E o deputado em questão afirma que há conversas nos bastidores que apontam nessa direção.

Estes acontecimentos estão gerando uma grande preocupação no interior do nosso partido. Acabamos de sair de um processo eleitoral como oposição. Em 2006, disputamos o governo com a então deputada federal Denise Frossard. Em 2010, novamente ficamos no campo da oposição com a candidatura ao governo de Fernando Gabeira. Nesses dois momentos afirmamos as nossas posições políticas da maneira distinta do atual governador Sérgio Cabral.

Na vida social e na atividade política não existem posições imutáveis. O PPS, por sua tradição, não faz oposição sistemática. No parlamento, seus representantes votam favoravelmente aos projetos que estejam de acordo com os interesses gerais do povo. Em política somos sempre abertos ao diálogo.

Na perspectiva das próximas eleições municipais iremos, sem dúvida, dialogar com todos os partidos políticos, incluindo naturalmente o PMBD, partido do governador Sérgio Cabral e do prefeito da Capital Eduardo Paes.

Porém, isto é inteiramente diferente de aderir ao governo, sem qualquer justificativa política em relação aos pontos que defendemos na recém encerrada campanha eleitoral.

E o pior é que estão sendo utilizados todos os tipos de métodos fisiológicos para cooptar membros do Diretório Estadual para a defesa desta tese. Além de convites para nomeação em gabinetes de parlamentares, temos notícia que estão sendo oferecidas diretamente a membros do PPS, sem qualquer discussão no partido, duas Secretarias na capital, a Secretaria da Cultura e a Secretaria de Acessibilidade, esta a ser criada.

A conjuntura política brasileira é pródiga em maus exemplos. A corrupção está generalizada, o fisiologismo se manifesta de várias maneiras, no executivo e no legislativo, indo desde o Senado Federal, passando pela Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores.

Regionalmente, atravessamos uma fase dramática. De fato, as chuvas foram intensas, mas as desculpas das autoridades para a catástrofe são completamente absurdas. Em Areal, município próximo a Teresópolis, bastou um carro de som para salvar muitas vidas. Por enquanto os governantes ainda não botaram a culpa das chuvas em São Pedro.

A insânia pela tentativa de participar de fatias do poder chegou a tal ponto que durante a última reunião do Diretório Estadual do PPS, a mesa da reunião concordou com a proposta do Deputado André Correia que não discutíssemos a proposta que o companheiro Raulino Oliveira estava encaminhando no sentido de propormos um Projeto de Lei que regulasse e controlasse catástrofes no Estado, sob alegação de que este tema prejudicaria o debate em defesa da indicação do nome dele para líder do Governo na ALERJ.

Na mesma reunião, inclusive, já com queda de quorum dos presentes, não foi permitida pela mesa a votação de proposta que encaminhamos para divulgação de nota de esclarecimento à sociedade sobre o tema.

Qual a razão dessa opção do governador Cabral, já que dispõe de mais de 58 parlamentares da situação para ocupar tal cargo? Por que não um Deputado do PT, com quem mantém uma inexplicável relação de amor conforme suas próprias palavras?

Seria produto das contradições internas do PMDB que vem insistindo em apresentar dois candidatos à Presidência da Assembléia?

Seria um projeto de longo alcance, além das fronteiras do Estado do Rio de Janeiro?

Em 2004, o governo petista tentou implodir o PPS usando alguns deputados federais numa operação que também envolvia Ciro Gomes comandado por José Dirceu. Como aquela operação não deu certo, estariam tentando pelo Rio de Janeiro uma brecha para nova investida?

O interesse do governador Cabral é indicar o deputado André Corrêa líder do Governo. O Deputado vem afirmando sistematicamente que só teria sentido ser líder se o PPS aderisse em bloco e o PPS passaria a integrar a base de apoio do governo estadual. Eles não querem pouca coisa.

Diante essas considerações, entendemos que é prematura e politicamente injustificável qualquer aproximação formal do PPS tanto ao Governo Estadual como o da Capital sem que haja um grande entendimento prévio no plano da Política, que inclua também os partidos com quais marchamos nas últimas eleições, com compromissos de adoção de projetos de interesse da população do Rio de Janeiro, que incorporem a questão democrática e propiciem a inclusão dos nossos habitantes em direção à plena cidadania, como assim defende a ampla maioria dos membros de nosso Partido.

O Diretório Nacional e sua Executiva devem acompanhar de perto o desenvolvimento de todo este processo que vem se desenrolando no Rio de Janeiro. Os que assinam esta nota se colocam à disposição para todas as informações que têm acesso no intuito de evitar o que pode ser uma perversa manobra contra o Partido.

Assinam:

Gilvan Cavalcanti de Melo. Membro do Diretório Nacional e do Diretório Estadual do Rio de Janeiro.

Luiz Antônio Martins, (Gato). Membro do Diretório Nacional e das Executivas Estadual e Municipal do Rio de Janeiro.

Raulino Oliveira. Membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual do Rio de Janeiro.

Roberto Percinoto. Membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual do Rio de Janeiro, além de Presidente do Diretório Municipal da Cidade do Rio de Janeiro.

PS: Como lembrete segue o Link onde se encontram as Resoluções da última reunião plena do Diretório Nacional do PPS: http://migre.me/3IGhb

FONTE: BLOG VEREADOR PAULO PINHEIRO/PPS

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