Disputa acirrada em Duque de Caxias, Volta Redonda e Petrópolis
Renato Onofre
O controle político de três das sete cidades onde haverá segundo turno no
Rio virou obsessão para PMDB, PT e PR. Conquistar Duque de Caxias, Volta
Redonda e Petrópolis é fundamental para ampliar a base política na Baixada
Fluminense, no Sul Fluminense e na Região Serrana, respectivamente.
Além de concentrar quase 10% do eleitorado fluminense (1.066.001 eleitores)
e 12% do Produto Interno Bruto do estado (R$ 35 bilhões), as três cidades
funcionam como polos regionais, e qualquer decisão numa delas impacta o
entorno.
É comum ver políticos populares nessas cidades elegerem aliados em
municípios vizinhos. É o caso do atual prefeito de Duque de Caxias, José Camilo
Zito (PP), que, no auge da popularidade, elegeu parentes em Mesquita e outras
cidades da região.
Para a historiadora da UFF Ana de Cássia, a formação dos núcleos urbanos no
início do século XX explica a importância regional dessas cidades:
- No antigo Estado do Rio de Janeiro, esses municípios eram centros de
abastecimento regionais. Eram economicamente importantes para os municípios
vizinhos, e qualquer decisão política influenciava toda a região. Esse panorama
de poder não mudou. Nesses locais está concentrada a maior parte da renda das
regiões - explica.
O governador Sérgio Cabral (PMDB) escalou seu principal aliado para pedir
votos nessas cidades: o prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). Para o
presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, é fundamental conquistar essas
regiões:
- Além de terem grandes cidades, são municípios que, tradicionalmente,
formam opiniões. São cidades que puxam as outras cidade.
O deputado federal Anthony Garotinho (PR) vai concentrar esforços e recursos
em Volta Redonda. No primeiro turno, o ex-governador foi à cidade em pelo menos
três ocasiões para pedir voto para o candidato do seu partido, Zoinho (PR). A
interlocutores, Garotinho afirma que ganhar lá é derrotar o vice-governador
Luiz Fernando Pezão (PMDB), que, por duas vezes, comandou a cidade vizinha de
Piraí.
Apesar de São Gonçalo não ser considerada polo regional, tanto Picciani
quanto Garotinho acham fundamental ganhar ali, o segundo maior colégio
eleitoral do estado. Lá deverão estar, neste fim de semana, Cabral e o
ex-governador, que pedirão votos, respectivamente, para Adolfo Konder (PDT) e
Neilton Mulim (PR).
- A expectativa é que a eleição de São Gonçalo vire o centro deste segundo
turno. Ninguém quer perder o controle de uma cidade com quase 1 milhão de
habitantes - prevê o cientista político e pesquisador da UFRJ Sandro Corrêa.
Fonte: O Globo
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