• Representação alega que petista excedeu teto de gastos; senador contesta acusação
Gabriela Guerreiro – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O PSDB pediu à Justiça Eleitoral a reprovação das contas da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição para a Presidência.
Os tucanos afirmam, em representação encaminhada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no sábado (29), que as despesas declaradas apontam ilegalidades que impedem a aprovação das contas, como gastos superiores ao teto de R$ 295 milhões fixado pela campanha de Dilma, que somaram R$ 350,5 milhões.
O PSDB afirma que, embora o PT tenha solicitado oficialmente ao TSE a ampliação do limite de gastos, o pedido ocorreu dois dias antes do pleito --e foram executados antes do aval da Justiça.
"Com a apresentação das contas finais está comprovado que os gastos que ultrapassaram os limites foram realizados anteriormente ao pedido de alteração de valores", afirma o PSDB.
Os tucanos também argumentam que o site Muda Mais, mantido pela campanha de Dilma, foi pago com recursos omitidos pelos aliados da petista. "A campanha de Dilma Rousseff omitiu despesas relevantes de sua campanha eleitoral, cujo montante é impossível ser calculado", afirma a representação.
Segundo os tucanos, a empresa titular do site, a Polis Propagandas, recebeu pagamentos da campanha detalhados na prestação de contas como "produção de programas de rádio, televisão ou vídeo", sem pagamentos relacionados à internet.
Outro argumento do PSDB é que as despesas de Dilma com transporte ou deslocamento somam R$ 5 milhões, de acordo com a prestação de contas, mas o valor estaria abaixo do efetivamente gasto se comparado com a prestação de contas de Lula, que também usou a aeronave oficial do Planalto para suas viagens na campanha de 2006.
O senador Humberto Costa (PT-PE) negou a existência de irregularidades. Ele disse que elas serão aprovadas porque a presidente não cometeu ilegalidades. Costa disse que, apesar da análise das contas estar a cargo de Gilmar Mendes, elas serão aprovadas: "Estamos tranquilos, essas contas vão ser aprovadas". O PT ainda não respondeu aos questionamentos.
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