• Youssef afirma, em depoimento, que repassou R$ 2,5 mi a gráfica a mando de empreiteira
Flávio Ferreira e Paulo Muzzolon – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Em depoimento aos investigadores que fazem parte da força-tarefa da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro Alberto Youssef afirmou que depositou R$ 2,5 milhões para um gráfica para pagar dívida de campanha do PT em 2012.
Segundo Youssef, que firmou acordo de delação premiada com a Lava Jato em troca de uma pensa menor, o pagamento foi feito a pedido da empreiteira UTC para uma gráfica em São Paulo.
O doleiro afirmou ainda que os repasses foram realizados por meio de contas bancárias de Leonardo Meirelles e Meire Pozza, ex-sócio e ex-contadora de Youssef, respectivamente.
Se confirmados, os depósitos configurariam caixa dois, pois foram feitos diretamente para a gráfica, sem registro nas contas do partido.
"Na época uma pessoa chamada Chico, a mando da UTC, procurou o depoente pedindo a disponibilização dos valores destinados à gráfica, informando que se tratava de uma dívida do Partido dos Trabalhadores", afirma trecho da delação.
Segundo reportagem do "Valor", a dívida referia-se à campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, e foi quitada a mando do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, atualmente preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O advogado Alberto Toron, que representa o empresário, afirmou desconhecer a delação de Youssef e a reportagem do "Valor", e que portanto não iria comentar. A assessoria da UTC informou que a empresa não está prenunciando sobre o caso.
A Folha não havia conseguido, até a conclusão desta edição, contato com o diretório municipal do PT. Ao "Valor", a sigla informou que as doações de empresas feitas para a campanha de Haddad foram legais e rejeitou a acusação do doleiro.
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