• Renzi disse que votação regional teve resultado ‘positivo’, apesar das vitórias de partidos anti-establishment e eurocéticos
- REUTERS e EFE
ROMA - O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, prometeu ontem redobrar seus esforços para realizar reformas na Itália e reagir à divisão em seu partido depois que legendas anti-establishment e eurocéticas obtiveram vitórias em eleições locais de domingo.
Os candidatos de centro-esquerda apoiados pelo Partido Democrático (PD) de Renzi conquistaram cinco das sete regiões em disputa, mantendo a situação geral anterior à votação, mas o apoio ao PD caiu em relação às eleições europeias do ano passado.
Seu bloco teve um desempenho pior do que o esperado – ficou com 23% dos votos, ante os 40% que conseguiu nas últimas eleições – e viu um aumento destacado no apoio à Liga do Norte, de centro-direita, e do Movimento 5 Estrelas, partido anti-establishment.
“Depois do voto de ontem (domingo), levaremos adiante com determinação ainda maior o processo de renovação do partido e de transformação do país”, disse Renzi em um comunicado por escrito. Foram seus primeiros comentários desde a votação de domingo, vista por muitos como um revés para o premiê de 40 anos, mas que ele descreveu como “muito positivo”.
O resultado ofuscou o brilho que Renzi conquistou na cena política italiana desde que se tornou primeiro-ministro graças a um golpe interno no partido, em fevereiro de 2014.
Dirigentes do PD disseram que as eleições, que ainda deixam a legenda no controle de 17 dos 20 governos regionais da Itália, mostraram apoio à agenda de Renzi. Mas, mesmo tendo vencido em Nápoles, o partido não conseguiu esconder seu choque por ter perdido a Ligúria, em parte em razão de um candidato esquerdista independente que dividiu o voto da esquerda italiana.
Estas eleições determinaram um novo triunfo para o Movimento 5 Estrelas, de Beppe Grillo, que em três regiões superou os 25% dos votos e se tornou o maior partido.
A Liga do Norte também pode comemorar, porque não só confirmou o governador em Vêneto, Luca Zaia, apoiado por uma coalizão de centro-direita, mas também superou o Forza Italia, de Silvio Berlusconi. Na Apúlia, a vitória foi para o candidato da centro-esquerda Michele Emiliano com 47,3%, muito acima de Francesco Schittulli, apoiado pelos dissidentes do Forza Itália, com 18% dos votos.
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