Débora Álvares - Agência Estado
Responsáveis por um terço das doações privadas a campanhas eleitorais nas duas últimas eleições, fornecedoras da Petrobras iniciaram uma operação entre os deputados e senadores que integram a CPI mista instalada na semana passada no Congresso e já receberam sinais de que a investigação dos negócios da estatal deve se concentrar em pessoas, e não nas empresas.
Essa espécie de pacto para que não haja avanço sobre os fornecedores foi costurada em recentes reuniões de senadores do PSDB com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos principais defensores dos interesses do Palácio do Planalto na CPI mista.
Nas conversas, todas com respaldo de lideranças petistas e da articulação política do Palácio do Planalto, concluiu-se que agora, neste ano eleitoral, é melhor fazer uma CPI que explore personagens simbólicos, como o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, acusado de intermediar negócios da Petrobras com o doleiro Alberto Youssef, principal alvo da Operação Lava Jato da Polícia Federal.
Assim, os parlamentares poderão passar ao largo da técnica do follow the money (siga o dinheiro, em inglês). O propósito é evitar quebras de sigilo generalizadas que exponham os fornecedores-doadores.
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